A Coreia do Norte disparou seu primeiro míssil desde 74 dias na madrugada desta quarta-feira (29), hora local, cerca de uma semana antes de um massivo exercício da Força Aérea da Coreia do Sul ter início na península coreana.
Chefes do Estado Maior da Coreia do Sul disseram que o míssil balístico não identificado voou para o leste da província do Pyongai do Sul, de acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap. Agora, os militares dos EUA e da Coreia do Sul estão analisando os detalhes.
O lançamento ocorre seis dias antes de os Estados Unidos e a Coreia do Sul lançarem um enorme exercício militar conjunto. Enquanto a Força Aérea americana do Pacífico enfatizou numa versão de 25 de novembro que o exercício é “agendado regularmente”, ele terá um significado adicional após o lançamento norte-coreano.
O lançamento do míssil balístico vem na esteira de meses de ameaças pelo regime norte-coreano de ataque aos EUA, ao Japão e à Coreia do Sul, com armas nucleares.
Vigilant Ace, estreado em 2015, é um novo tipo de exercício militar nascido na era das ambições nucleares da Coreia do Norte.
No primeiro ano, os militares disseram que os exercícios trouxeram controle e comando de mais alto nível para exercícios táticos, permitindo à Força Aérea praticar “operações estratégicas com vínculos de nível tático”, de acordo com o estrategista dos exercícios e 7º inspetor-geral da Força Aérea, o tenente-coronel David Villa.
Em outras palavras, o exercício permite que a Força Aérea pratique o tipo de planejamento e execução que uma guerra real exigiria.
A pausa da Coreia do Norte em testes de mísseis havia dado certa esperança de que o regime comunista fosse atender as exigências do Departamento de Estado de uma pausa de 60 dias nos lançamentos como um precedente para qualquer negociação. O lançamento de quarta-feira apaga esta hipótese.
Continua a ser avaliado se o lançamento possui algum impacto sobre o Vigilant Ace. Este ano, a breve declaração sobre os exercícios militares repete que são regularmente agendados, mas também destaca a aliança de longa data dos Estados Unidos e da Coreia do Sul e reafirma o compromisso dos EUA com a península.
Enquanto outros exercícios operam em nível mais estratégico, mantendo os exercícios de nível tático como simulações, estes últimos tiveram visaram a preparar as forças aéreas dos EUA e da República da Coreia para as situações de batalha do mundo real que exigem lidar com as realidades imediatas da guerra.
Em 2015, o Vigilant Ace mobilizou 200 aeronaves e 20 mil participantes dos EUA e da Coreia. Este ano, a Força Aérea não informou o contingente sul-coreano envolvido, mas afirmou que participariam 12 mil oficiais dos EUA e 230 aeronaves.
“Este exercício realista de combate aéreo é projetado para aumentar a interoperabilidade entre as forças dos EUA e da República da Coreia e potencializar a eficácia de combate de ambas as nações”, disse a Força Aérea num comunicado.
Ano passado, o exercício incluiu defesa química, biológica, radiológica e nuclear nas proporções do esquadrão. Marinheiros e pessoal da Força Aérea foram treinados sob um ambiente contaminado simulado, em que armas químicas, biológicas ou radiológicas podem ter sido implantadas.
Este ano, os Estados Unidos enviarão seis aviões de combate de assalto F-22 para participar, disseram autoridades militares sul-coreanas à Agência de Notícias Yonhap. Será a primeira vez em que seis aviões de combate de assalto F-22 terão voado sobre a Coreia do Sul de uma só vez.
O lançamento de quarta-feira também ocorre após um acordo no final de setembro para que os Estados Unidos aumentem a diversificação de ativos estratégicos na região. Estes ativos podem envolver porta-aviões, submarinos de energia nuclear, oficiais de assalto, ou sistemas de defesa antimísseis e outros ativos.
A 7ª Frota, que patrulha a região, incorporou dois outros porta-aviões e seus grupos de ataque associados até a semana passada, aumentando temporariamente a presença da Marinha americana na região. O teste da Coreia do Norte ocorreu após sua partida.
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