La Niña está de volta e deve impactar o clima global nos próximos meses

Fenômeno climático deve persistir até abril, com efeitos como estiagem no Sul do Brasil e aumento de chuvas no Nordeste.

Por Redação Epoch Times Brasil
10/01/2025 10:27 Atualizado: 10/01/2025 10:27

O fenômeno climático La Niña está oficialmente de volta. A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) confirmou o evento na quinta-feira (9).

O fenômeno foi identificado após a queda do índice Niño-3.4 para -0,6°C em dezembro de 2024, superando o limiar que caracteriza a presença do La Niña. A NOAA estima uma probabilidade de 59% de que o fenômeno persista até abril, com possível transição para condições neutras entre março e maio.

Este episódio do La Niña é considerado fraco, com o índice Niño-3.4 improvável de atingir -1,0°C. A emergência tardia das condições limita sua intensificação. Há cerca de 40% de chance de persistência após março, mas é improvável que dure mais de cinco meses.

O que é o La Niña?

O La Niña é parte do ciclo do El Niño-Oscilação Sul (ENSO), caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Pacífico Equatorial. Esse resfriamento afeta o padrão global de ventos e altera significativamente as condições climáticas em diversas regiões.

Durante o evento, o sistema de circulação atmosférica conhecido como Circulação de Walker se intensifica, provocando chuvas acima da média em algumas áreas e seca em outras.

Esse fenômeno tem grande relevância por suas implicações na agricultura, no abastecimento de água e na saúde pública. Alterações bruscas nos padrões de chuva podem comprometer safras inteiras, enquanto regiões mais áridas enfrentam desafios adicionais no manejo de recursos hídricos.

Impactos no clima global

Os efeitos do La Niña são amplos. No Sudeste Asiático e na Austrália, é comum haver aumento das chuvas. No Pacífico central e nas Américas, observa-se tendência a condições mais secas. Nos Estados Unidos, o sul do país costuma registrar invernos mais secos e quentes, enquanto o norte enfrenta condições mais frias e úmidas.

Além disso, o La Niña pode influenciar a formação de furacões no Atlântico, uma vez que reduz o cisalhamento do vento, condição favorável para a intensificação dessas tempestades. Eventos climáticos extremos, como enchentes e secas prolongadas, tornam-se mais prováveis, exigindo preparação de governos e populações.

Consequências no Brasil

No Brasil, os impactos variam por região. O Sul tende a sofrer com estiagens, prejudicando culturas como soja e milho. No Nordeste, é frequente o aumento das chuvas, favorecendo a agricultura. O Sudeste apresenta influências mais complexas e menos previsíveis, exigindo monitoramento constante.

O setor agropecuário é um dos mais afetados, especialmente no Sul, onde a falta de chuvas pode comprometer a produtividade e gerar prejuízos econômicos significativos.

Em contrapartida, o Nordeste pode se beneficiar do aumento da umidade, impulsionando culturas como feijão e milho.