Por Allen Zhong
O Kremlin ignorou os comentários do presidente Joe Biden que claramente sugeriram uma mudança de regime na Rússia.
“Isso não é algo para Biden decidir. O presidente da Rússia é eleito pelos russos”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à Reuters no sábado.
Mais cedo naquele dia, Biden sugeriu que o presidente russo Vladimir Putin fosse removido durante um discurso em Varsóvia, na Polônia, antes de concluir sua visita à Europa Oriental.
“Pelo amor de Deus, este homem não pode permanecer no poder”, disse ele.
Biden se encontrou com autoridades e refugiados ucranianos, assim como com o presidente polonês Andrzej Duda na Polônia durante sua visita.
Ele enquadrou a guerra Rússia-Ucrânia, que é travada pela Ucrânia, mas apoiada com armas de seus aliados, incluindo os Estados Unidos, como parte de uma guerra entre a democracia e a autocracia.
Será uma “luta longa”, disse ele.
Um funcionário da Casa Branca voltou atrás nos comentários inflamados de Biden contra Putin logo após seu discurso.
“O argumento do presidente foi que Putin não pode exercer poder sobre seus vizinhos ou sobre a região. Ele não estava discutindo o poder de Putin na Rússia, ou mudança de regime”, afirmou o funcionário.
Esta não é a primeira vez que os funcionários da Casa Branca negam apoiar a mudança de regime na Rússia.
“Não estamos defendendo a morte do líder de um país estrangeiro ou a mudança de regime. Essa não é a política dos Estados Unidos”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, a repórteres em 6 de março, depois que a senadora Lindsey Graham (RS.C.) pediu que alguém na Rússia “eliminasse esse cara”, referindo-se a Putin.
Putin ordenou uma invasão em grande escala da Ucrânia em 24 de fevereiro, que foi descrita pelo governo da Rússia como uma “operação militar especial”.
As Nações Unidas disseram que em 25 de março, 1.081 civis foram mortos na Ucrânia por causa das ações militares da Rússia e quase 3,8 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da guerra.
Biden lançou ataques violentos contra Putin, rotulando-o recentemente como “criminoso de guerra”, “carniceiro” e “ditador”.
O Kremlin alertou no sábado que os “insultos pessoais” de Biden a Putin prejudicarão o relacionamento entre Washington e Moscou.
“Ainda assim, um líder estatal deve manter a calma”, disse Peskov à mídia estatal russa TASS no sábado, após Biden rotular Putin como “um carniceiro”.
“E, é claro, cada vez que esses insultos pessoais estreitam a janela de oportunidade para nossas relações bilaterais sob o atual governo [Biden]. É necessário estar ciente disso”, acrescentou Peskov.
A Reuters contribuiu para esta reportagem.
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