Por Jack Phillips
O presidente russo, Vladimir Putin, decidirá quando a invasão da Ucrânia terminará, afirmou um porta-voz do Kremlin nesta quinta-feira, horas após as forças militares russas atacarem várias cidades ucranianas no que parece ser a invasão terrestre europeia mais significativa em décadas.
A operação “tem seus objetivos e eles precisam ser alcançados”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à mídia estatal russa quando questionado sobre o fim da operação. Ele não forneceu um cronograma.
Moscou está determinada a “neutralizar o potencial militar [ucraniano], que aumentou consideravelmente nos últimos tempos, inclusive com a assistência ativa de nações estrangeiras”, continuou Peskov, sem elaborar ou fornecer detalhes.
Peskov afirmou que a Rússia não tentará ocupar a Ucrânia, um país de mais de 40 milhões de pessoas, e afirmou que a invasão pretendia ter objetivos limitados na proteção dos interesses de Moscou. Imagens de vídeo enviadas on-line mostraram tropas russas em postos de controle ao redor de Kharkiv, localizadas perto da fronteira Rússia-Ucrânia, e outras áreas.
Sirenes soaram na capital da Ucrânia, grandes explosões foram ouvidas lá e em outras cidades, e as pessoas se aglomeraram em estações de trem e foram para as estradas, conforme a afirmação do governo de que a ex-república soviética estava presenciando uma invasão, há muito antecipada, do leste, norte e sul. Ele relatou que mais de 40 soldados foram mortos e dezenas ficaram feridos até agora.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky cortou relações diplomáticas com Moscou e declarou lei marcial em todo o país, enquanto escrevia nas redes sociais que qualquer ucraniano que desejasse lutar contra a Rússia receberia armas.
“A partir de hoje, nossos países estão em lados diferentes da história mundial”, escreveu Zelensky. “A Rússia embarcou no caminho do mal, mas a Ucrânia está se defendendo e não abre mão de sua liberdade”.
Os ataques vieram primeiro do ar. Mais tarde, autoridades ucranianas descreveram invasões terrestres em várias regiões, e guardas de fronteira divulgaram imagens de câmeras de segurança na quinta-feira mostrando uma linha de veículos militares russos cruzando o território controlado pelo governo da Ucrânia a partir da Crimeia, anexada à Rússia.
O Ministério da Defesa russo afirmou que não estava mirando nas cidades, e sim utilizando armas de precisão, declarando que “não há ameaça à população civil”. No entanto, imagens de vídeo enviadas on-line na manhã de quinta-feira pareciam mostrar os restos de armas de não precisão, incluindo foguetes Grad, que explodiram em áreas civis ucranianas.
Autoridades ucranianas alegaram que suas forças derrubaram vários aviões russos e fizeram soldados prisioneiros.
Líderes ocidentais condenaram unilateralmente Putin pela invasão e declararam que imporiam sanções significativas contra Moscou. O governo do presidente Joe Biden afirmou que faria um anúncio sobre mais sanções contra a Rússia ainda na quinta-feira.
“Diplomaticamente, politicamente, economicamente – e eventualmente, militarmente – esse empreendimento hediondo e bárbaro de Vladimir Putin deve terminar em fracasso”, afirmou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a repórteres.
A Associated Press contribuiu para esta reportagem.
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