O Kremlin alertou nesta sexta-feira que o envio de tropas americanas para o território da vizinha Finlândia, novo membro da OTAN, será uma ameaça evidente para a Rússia.
“É claro que agora que a Finlândia é membro da OTAN e que a infraestrutura militar aliada entrará na Finlândia, para nós isso será uma ameaça, isso é totalmente evidente”, disse o porta-voz presidencial Dmitry Peskov em sua entrevista coletiva telefônica diária.
Peskov se mostrou convencido de que esta situação aumentará a tensão com a Finlândia, que reabriu esta semana dois postos fronteiriços com a Rússia e os fechou 24 horas depois devido ao aumento do fluxo de migrantes provenientes do Oriente Médio.
“Só podemos lamentar, pois realmente tínhamos relações magníficas com a Finlândia. Ninguém ameaçou ninguém, não houve problemas, não houve reclamações, ninguém prejudicou os interesses uns dos outros, havia respeito mútuo e mais além”, comentou Peskov.
A Finlândia e os Estados Unidos chegaram a um acordo de cooperação em defesa (DCA, na sigla em inglês) que permitirá às tropas americanas utilizar 15 bases militares no país nórdico, informou nesta quinta-feira o governo finlandês.
O Ministério das Relações Exteriores finlandês explicou em comunicado que o DCA irá reforçar a defesa do país nórdico porque permite a presença e treinamento de forças americanas e o armazenamento de material de defesa no seu território.
A Finlândia, o país da União Europeia com a fronteira mais longa com a Rússia, optou por abandonar sua tradicional política de neutralidade após a invasão russa da Ucrânia e completou sua entrada na OTAN em tempo recorde no último mês de abril.
A entrada da Finlândia na Aliança Atlântica e seu pacto bilateral de defesa com os Estados Unidos suscitaram a ira do Kremlin, que ameaçou Helsinque em diversas ocasiões com a adoção de contramedidas, inclusive “técnico-militares”, caso assinasse o DCA.