A Ucrânia negou nesta quinta-feira (22) que suas tropas tenham tentado atacar a central nuclear do oblast russo de Kursk, onde as tropas de Kiev assumiram o controle de dezenas de cidades nas últimas semanas.
Kiev rechaçou assim as declarações feitas horas antes pelo líder da Rússia, Vladimir Putin, nas quais acusou a Ucrânia de ter tentado atacar a central na noite passada, sem dar mais detalhes sobre o assunto.
“O cenário desejado pela Rússia, segundo o qual as Forças Armadas da Ucrânia estariam atacando a central nuclear de Kursk para acusá-las de terrorismo nuclear, não se sustenta”, afirmou o chefe do departamento de combate à desinformação do Conselho Nacional de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, Andrii Kovalenko, citado pelo jornal Kyiv Independent.
Kovalenko assegurou que “tudo aponta para o fato de a Rússia poder levar a cabo sozinha esta provocação” para acusar a Ucrânia perante a opinião pública internacional.
A Ucrânia e a Rússia acusaram-se repetidamente de atacar a central nuclear na região ucraniana de Zaporizhzhya, sob controle russo desde os primeiros dias da invasão militar russa.
Estas mesmas acusações cruzadas começaram agora a ser repetidas em relação à central nuclear de Kursk, localizada em território sob controle russo, nessa região fronteiriça com a Ucrânia, onde Kiev assumiu o controle de algumas áreas.
Também nesta quinta-feira, Putin disse ter informado a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da suposta tentativa de ataque por parte da Ucrânia.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, anunciou que visitará a usina nuclear de Kursk na próxima semana devido ao risco representado pelas hostilidades na área.
Especialistas de Grossi e da AIEA já visitaram a fábrica de Zaporizhzhya em diversas ocasiões.
A AIEA fez um apelo às partes em conflito para que se abstenham de atacar ou colocar em risco as instalações nucleares.