Justin Trudeau anunciou renúncia ao cargo de primeiro-ministro do Canadá

Decisão ocorre em meio a crise política no Partido Liberal e queda de popularidade; coletiva de imprensa em Ottawa está prevista para segunda-feira.

Por Redação Epoch Times Brasil
06/01/2025 14:42 Atualizado: 06/01/2025 14:42

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou oficialmente na segunda-feira (6) sua renúncia ao cargo. A decisão, que também inclui sua saída da liderança do Partido Liberal, foi confirmada em uma coletiva de imprensa em Ottawa.

Trudeau permanecerá no cargo até que o Partido Liberal escolha um novo líder, um processo que deve ocorrer nos próximos meses. “Pretendo renunciar como líder do partido e como primeiro-ministro após a seleção de um novo líder”, afirmou Trudeau durante o anúncio.

Contexto e motivos da decisão

A renúncia de Trudeau ocorre em um momento de intensa pressão interna no Partido Liberal e de queda de popularidade em meio ao eleitorado.

Recentemente, a situação política tornou-se ainda mais delicada após a renúncia da vice-primeira-ministra e ministra das Finanças, Chrystia Freeland, que deixou o governo devido a divergências políticas. A saída de Freeland intensificou a percepção de fragilidade da liderança de Trudeau dentro do partido e no cenário político nacional.

O desgaste político também está associado à gestão de crises recentes, como o aumento da inflação e a crise habitacional, que geraram insatisfação tanto na população quanto entre membros do partido.

Além disso, Trudeau enfrentou desafios externos, incluindo as ameaças tarifárias do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, devido a má gestão das fronteiras, que aumentaram as tensões comerciais entre os dois países.

Processo de transição

Com a renúncia oficializada, o Partido Liberal agora precisa concentrar-se na seleção de um novo primeiro-ministro que possa revitalizar o apoio popular e unificar as bases.

Entre os nomes cotados para suceder Trudeau estão a ministra das Relações Exteriores, Melanie Joly, e o ministro da Habitação, Marc Miller. Ambos são considerados figuras com capacidade de liderar o partido no momento atual.

Para garantir uma transição tranquila, Trudeau anunciou a suspensão temporária do Parlamento até 24 de março. A medida foi tomada para dar tempo ao Partido Liberal de organizar a sucessão e evitar paralisia nas decisões políticas durante o período de transição.

Crise política e renúncia de ministros

A decisão de Trudeau ocorre em meio a uma crescente crise política dentro do Partido Liberal. A situação piorou com a recente renúncia da vice-primeira-ministra e ministra das Finanças, Chrystia Freeland.

Freeland deixou o governo após divergências com Trudeau. As discordâncias giraram em torno das ameaças tarifárias do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Freeland teria apontado a falta de consenso no governo em relação a desafios econômicos e políticos urgentes. Sua saída intensificou a pressão sobre Trudeau para reconsiderar sua liderança.

Queda de popularidade e pressão interna

Trudeau, que assumiu a liderança em 2015, vem enfrentando queda de popularidade nos últimos anos.

Pesquisas recentes indicam que o Partido Liberal corre sérios riscos de perder as eleições federais previstas para outubro de 2025.

A insatisfação crescente entre parlamentares liberais e a base do partido foi atribuída à gestão de crises recentes. Entre essas crises estão a resposta do governo à inflação e à crise habitacional.

Com isso, a saída de Trudeau abriria caminho para uma nova liderança e tentaria revitalizar o apoio popular.

Legado e desafios futuros

Durante seus quase dez anos no poder, Trudeau implementou diversas políticas progressistas.

Entre elas está a legalização da maconha, a introdução de um imposto sobre carbono e políticas de inclusão e diversidade.

Seu governo também enfrentou controvérsias. Destacam-se o escândalo SNC-Lavalin e críticas à gestão da pandemia de COVID-19.

A saída de Trudeau marca o início de uma nova fase na política canadense. O Partido Liberal agora enfrenta o desafio de reconstruir sua base de apoio. Eles também precisam preparar uma plataforma capaz de enfrentar uma oposição liderada pelo Partido Conservador.