Por EFE
A Justiça do Peru emitiu nesta sexta-feira uma ordem de prisão preventiva por nove meses contra o líder do último reduto do grupo terrorista Sendero Luminoso, Víctor Quispe Palomino, vulgo “Camarada José”, ferido em uma recente operação militar da qual conseguiu escapar para refugiar-se em uma área de selva.
Quispe está sendo investigado pelo crime de terrorismo, em prejuízo do Estado, segundo detalhou o Ministério Público em um comunicado no qual esclareceu que foi emitida uma ordem para sua captura em nível nacional.
O Ministério Público explicou que, em 29 de outubro de 2020, as autoridades lançaram uma operação conjunta do Exército peruano e da Polícia Nacional do Peru (PNP) para prendê-lo.
Acompanhados por um grupo de colaboradores, entraram em um local na província de Huanta, localizada no setor denominado “Banderita” do distrito de Canayre, na área conhecida como vale dos rios Apurímac, Ene e Mantaro (Vraem).
Durante o processo, foram emboscados por membros do grupo terrorista chamado Militarizado Partido Comunista do Peru, que ativaram cargas explosivas caseiras usando cordas detonantes, acrescentou o comunicado.
Como consequência, seis agentes ficaram feridos e foram atendidos por seus colegas, enquanto repeliam os ataques. O suboficial do Exército Gersson Samuel Cabrera Estrada e o suboficial do PNP Haddier José Lázaro Lino morreram no local do ataque.
Por sua vez, os suboficiais Cristian Rene Cari Cutipa, Mijahil Castro García, Yuri Anaya Gutiérrez e o capitão Luis Gonzalo Nicolás Marzal Huallanca ficaram gravemente feridos.
Marzal Huallanca morreu dias depois no Hospital Pichari, segundo destacou a nota.
O Ministério Público acusou Quispe Palomino como autor indireto devido ao domínio organizacional, por ter organizado, planejado, dirigido e avaliado a emboscada.
Além disso, foi acusado como autor direto de pertencer à organização terrorista Sendero Luminoso como líder, desde 14 de julho de 1999, data em que assumiu a liderança, após a captura de Óscar Ramírez Durand, vulgo “Feliciano”.
Desde o final da década de 1990, quando toda a liderança do Sendero Luminoso foi capturada, os irmãos Quispe Palomino assumiram a organização no Vraem.
No entanto, o fundador do Sendero, Abimael Guzmán, que morreu em setembro do ano passado em uma prisão de segurança máxima onde cumpria pena de prisão perpétua, não os reconhecia como tal e eles não seguiram ordens do líder, conhecido pelo pseudônimo “Presidente Gonzalo”.
Antes da captura de Guzmán em 1992, os dois irmãos participaram de vários atos criminosos do Sendero em sua sangrenta cruzada para emular a guerra popular da China e instalar um regime maoísta no Peru.
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