A Justiça da Argentina congelou os bens e quebrou o sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Alberto Fernández e de vários de seus colaboradores, como parte de uma investigação sobre suposta corrupção em torno do contratação de seguros do Estado durante seu governo, confirmaram nesta quarta-feira fontes judiciais.
O juiz federal Julián Ercolini, responsável pela sala 11 do Tribunal Penal e Correcional Federal nacional, ordenou a inibição geral do patrimônio de Fernández e quebrou o sigilo fiscal e bancário de suas contas no caso que investiga se o presidente favoreceu, para a contratação de seguro do Estado, ao marido de sua secretária particular.
A medida de Ercolini abrange também outras 32 pessoas, ex-funcionários, empresas e cooperativas que estão sob investigação, que agora não poderão vender ou alienar seus bens.
A decisão abrange o intermediário, Héctor Martínez Sosa, e sua esposa, María Cantero, secretária de Fernández, vínculo que, para o juiz, levanta a suspeita de que tenha determinado o papel do ex-presidente na intermediação de seguros entre entidades estatais e a Nación Seguros.
Fernández é acusado por um escândalo relacionado à contratação de seguros por organismos públicos durante seu governo.
O antigo mandatário é investigado por supostas irregularidades em relação a um decreto que assinou em dezembro de 2021, pelo qual ordenou que todos os órgãos públicos contratassem seguros com a Nación Seguros, do estatal Banco Nación, de onde haviam beneficiado amigos como intermediários cobrando comissões milionárias.
Apesar de não necessitarem de gestores para contratar esses seguros, os órgãos públicos utilizaram como intermediário o marido de sua secretária e seu amigo, Martínez Sosa, que também aparece como credor do ex-presidente em suas declarações juramentadas.