O Departamento de Justiça da Argentina realizou uma operação de busca e apreensão no apartamento em Buenos Aires do ex-presidente argentino Alberto Fernández (2019-2023) e apreendeu seu telefone celular, no âmbito da investigação sobre uma suposta violência denunciada por sua ex-companheira, segundo informou neste sábado (10) a imprensa local.
Fontes judiciais citadas pela imprensa argentina confirmaram que a operação, ordenada pelos promotores Carlos Rívolo e Ramiro González, ocorreu na noite de sexta-feira no prédio do bairro de Puerto Madero, na capital, onde mora o ex-presidente.
Durante a busca, realizada por agentes da Polícia Federal, foram apreendidos o celular e outros aparelhos eletrônicos do líder peronista.
A medida judicial foi executada no âmbito da investigação aberta na última terça-feira, depois de a ex-primeira-dama argentina Fabiola Yáñez ter decidido apresentar uma queixa contra o seu ex-companheiro por violência machista.
Yáñez, de 43 anos, atriz e jornalista de profissão, tomou essa decisão depois que a Justiça, no âmbito de uma investigação sobre suposto tráfico de influência do ex-presidente, encontrou conversas e imagens no celular de uma secretária de Fernández que indicariam a possível prática do crime de “lesões leves em contexto de violência de gênero” contra a ex-companheira do político peronista, de 65 anos.
Após a denúncia, o juiz federal Julián Ercolini proibiu Fernández de sair da Argentina e ordenou-lhe que não se aproximasse ou entrasse em contato de forma alguma com Yáñez, que atualmente reside em Madri e que afirmou estar sendo vítima de “terrorismo psicológico” do ex-presidente.
Na própria terça-feira, através de um breve comunicado na rede social X, ex-presidente argentino negou as acusações e disse que apresentará provas de sua falsidade à Justiça.
Segundo a imprensa local, Fernández contratou a advogada Silvina Carreira, especialista em direito da família, para defendê-lo neste processo judicial.