Juiz pede fim do foro privilegiado e prisão de Cristina Kirchner

08/12/2017 15:05 Atualizado: 12/12/2017 15:06

A justiça argentina ordenou o fim da imunidade e a prisão da ex-presidente e atual senadora Cristina Fernández de Kirchner.

A ordem foi dada pelo juiz federal argentino Claudio Bonadío, segundo informou a CNN em 7 de dezembro, pelo suposto encobrimento dos iranianos acusados do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que deixou 85 mortos em 1994.

Cristina Fernández de Kirchner foi presidente de 2007 a 2015. Como senadora, assumiu o cargo em 29 de novembro passado. Bonadío pediu a retirada de sua imunidade para poder prendê-la, então o caso está agora nas mãos do Senado.

A acusação contra a ex-presidente foi acompanhada da prisão do ex-secretário Carlos Zannini, Luis D’Elia, Fernando Esteche e do líder de origem libanesa Yussuf Khalil, além do ex-ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman.

O processo de 365 páginas afirma que Cristina elaborou um plano em conjunto com o ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman, para salvaguardar os cidadãos de origem iraniana, que tinham ordem de prisão decretada pela Interpol.

O falecido procurador federal Alberto Nisman, em janeiro de 2015, antes de morrer sob circunstâncias mal explicadas, denunciou a ex-presidente tanto através de documentos legais como também ao vivo na televisão.

O procurador, que investigava o caso da AMIA, explicou que possuía evidências e gravações das ordens provenientes do serviço de inteligência dirigido por Kirchner, de impedir a investigação do ataque à associação.

Quatro dias depois, no dia 18 de janeiro, Nisman foi encontrado morto com um tiro na cabeça.

A ex-presidente negou e desmentiu as acusações em várias oportunidades, no entanto, os documentos comprobatórios de Nisman não se perderam depois que ele morreu.

Ex-presidente Cristina Kirchner (dir.) faz declarações à imprensa e o falecido procurador Alberto Nisman (esq.), no momento em que acusou Kirchner ao vivo na televisão em janeiro de 2015 (Epoch Times)
Ex-presidente Cristina Kirchner (dir.) faz declarações à imprensa e o falecido procurador Alberto Nisman (esq.), no momento em que acusou Kirchner ao vivo na televisão em janeiro de 2015 (Epoch Times)

Carlos Zannini, depois de ser preso em Río Gallegos, no sul da Argentina, disse que não entendia a imputação do juiz federal e que não conhecia os iranianos, de acordo com o jornal La Nación.

No entanto, antes de morrer, Nisman havia antecipado na televisão que o crime de acobertamento de Cristina Kirchner e membros de sua equipe estava “especificamente provado”.

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