Juiz britânico rejeita recurso de Assange contra sua extradição para os EUA

Por Agência de Notícias
09/06/2023 15:26 Atualizado: 09/06/2023 15:26

O Tribunal Superior de Londres negou permissão a Julian Assange para apelar da ordem emitida pelo governo do Reino Unido para sua extradição para os Estados Unidos, que o reclama por 18 supostos crimes de espionagem e invasão de computadores relacionados com as revelações de seu portal WikiLeaks.

Em parecer da última terça-feira ao qual a EFE teve acesso nesta sexta-feira, o juiz Jonathan Swift considerou que “nenhum dos quatro argumentos” levantados pela defesa é aceitável e mantém a autorização de entrega assinada em 17 de junho de 2022 pela então ministra do Interior, Priti Patel.

O magistrado também rejeitou, em decisão paralela, que o jornalista de 51 anos possa recorrer de partes de uma decisão de janeiro de 2021, que desautorizou sua extradição sob a alegação de que apresentava risco de suicídio.

Embora a decisão da juíza Vanessa Baraitser tenha sido favorável – apesar de ter sido posteriormente apelada com sucesso pelos EUA -, a equipe jurídica de Assange se reservou o direito de contestar posteriormente alguns dos argumentos que ela rejeitou.

Ao negar provimento a esse recurso, Swift afirma que “não passa de uma tentativa de voltar a executar os extensos argumentos já apresentados e rejeitados pela juíza”.

A única opção que resta aos advogados de Assange é tentar apelar da decisão deste juiz, o que devem fazer com novos argumentos em um documento de não mais de 20 páginas, segundo o próprio Swift determinou.

Em uma mensagem no Twitter, a esposa do cientista da computação, Stella Assange, confirmou que na próxima terça-feira, no final do prazo, apresentarão seu recurso perante outros dois juízes do Tribunal Superior, em sua última cartada judicial no Reino Unido.

“Continuamos otimistas de que venceremos e que Julian não será extraditado para os Estados Unidos, onde enfrenta acusações que podem resultar em passar o resto de sua vida em uma prisão de segurança máxima por publicar informações verdadeiras que revelaram crimes de guerra cometidos pelo governo”, declarou a mãe de dois de seus filhos.

A organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) manifestou sua preocupação com a decisão de Swift, que deixa o fundador do WikiLeaks “perigosamente perto” de ser entregue à justiça americana.

Se os dois juízes do Tribunal Superior acabarem por rejeitar o recurso final que será apresentado na terça-feira, a única alternativa seria levar o caso ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, recordou a RSF.

Assange está em prisão preventiva na prisão de alta segurança de Belmarsh, em Londres, desde que foi expulso da embaixada do Equador em Londres, em 11 de abril de 2019, depois que Quito retirou seu asilo político.

O australiano está em cativeiro no Reino Unido há quase 13 anos, apesar de não ter sido condenado por nenhum crime, primeiro em prisão domiciliar na Inglaterra, fruto de um processo instaurado e já arquivado pela Suécia, e entre 2012 e 2019, refugiado no embaixada do Equador em Londres, de onde foi enviado para Belmarsh.

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