Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares e membros do primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniram-se em Londres, Reino Unido, nesta quinta-feira (25) para participar do Fórum Jurídico Brasil de Ideias. O evento, realizado em hotel luxuoso da capital britânica, ocorreu a portas fechadas, com jornalistas impedidos de entrar no local do seminário.
Ao chegar ao encontro, organizado pelo grupo Voto e liderado pela cientista política Karim Miskulim, o ministro Alexandre de Moraes recusou os pedidos de entrevista dos repórteres, respondendo de forma direta: “nem a pau”. Além dele, os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes também estiveram presentes no evento.
O jornal Folha de São Paulo foi um dos veículos impedidos de entrar local. Conforme o próprio jornal, os jornalistas foram barrados e impedidos de permanecer no mesmo andar onde ocorria o evento, realizado no hotel The Peninsula, com diárias a partir de 1.300 libras, o equivalente a aproximadamente R$ 8.300. Além da Folha, foram barros a TV Globo e a Record.
O encontro foi realizado com um caráter quase secreto, limitado a apenas 50 participantes, e não foi transmitido ao vivo em vídeo para o público em geral.
Também está prevista a participação do ex-presidente Michel Temer (MDB), dos senadores Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Ciro Nogueira (PP-PI), e até mesmo do ex-ministro das Comunicações do governo Bolsonaro, Fábio Faria.
Do entorno de Lula, são esperados para os debates o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e representantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A organizadora do evento em Londres, Karim Miskulin, também foi responsável por organizar um almoço entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e um grupo de empresários em São Paulo em 2022, antes das eleições presidenciais. Ela é frequentemente descrita como “empresária bolsonarista” por parte da mídia, devido à sua suposta proximidade com o ex-presidente.