Cerca de 70 jornalistas independentes e representantes da sociedade civil russa pediram em carta aberta às autoridades da Rússia a libertação do repórter do The Wall Street Journal, Evan Gershkovich, que foi preso na quarta-feira passada sob a acusação de espionagem.
“Acreditamos que as acusações contra Gershkovich são exageradas e injustas. Evan Gershkovich tem uma reputação impecável como jornalista, cujo trabalho sempre atendeu aos mais altos padrões de jornalismo”, diz a carta, publicada no site do portal digital “Meduza”.
De acordo com os signatários, que incluem trabalhadores de meios de comunicação como “Kommersant”, “Republic”, “The Bell”, o serviço russo da “BBC”, “Mediazona” e outros, seus colegas estrangeiros assumem riscos ao continuar trabalhando na Rússia e merecem seu total apoio.
“Exigimos a libertação imediata de nosso companheiro Evan Gershkovich”, conclui a carta.
Os advogados do jornalista americano recorreram ontem contra sua prisão preventiva, segundo fontes judiciais.
O tribunal determinou na semana passada que Gershkovich ficará preso preventivamente até 29 de maio, contra quem a Justiça russa abriu um processo por espionagem nos termos do artigo 276 do Código Penal, acusação pela qual pode ser condenado a até 20 anos de prisão.
O correspondente de 30 anos foi preso em Ecaterimburgo, capital dos Urais, pelo Serviço Federal de Segurança (FSB, ex-KGB).
Gershkovich, correspondente do “The Wall Street Journal”, para o qual cobria a Rússia, a Ucrânia e as ex-repúblicas soviéticas desde janeiro de 2022, alega inocência.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, pediu no domingo em uma conversa por telefone com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que se respeite as decisões das autoridades russas, “tomadas de acordo com a lei e as obrigações internacionais da Federação Russa”.
O último jornalista americano que havia sido acusado de espionagem foi Nicholas Daniloff em 1986, em plena Perestroika, embora tenha sido trocado três semanas depois por um cidadão soviético preso nos EUA.
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