Por Agência EFE
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) concedeu nesta sexta-feira o Grande Prêmio à Liberdade de Imprensa 2021 aos jornalistas Holmann Chamorro, da Nicarágua, e Henry Constantín Ferreiro, de Cuba, que foram presos e perseguidos por exercerem seus trabalhos em “um dos períodos de mais obscuridade” da região.
Ambos “representam a luta e a coragem do jornalismo independente para manter a população informada, apesar das fortes represálias adotadas pelos regimes totalitários de Nicarágua e Cuba contra as vozes críticas e a liberdade de imprensa”, disse o presidente da SIP, Jorge Canahuati, ao anunciar os vencedores.
Chamorro, que é diretor-geral do jornal “La Prensa”, de Manágua, está preso desde agosto, detalhou a SIP, que tem sede em Miami. Segundo a entidade, o regime do presidente Daniel Ortega, além de manter o fechamento e a ocupação da sede do jornal desde agosto, acusou o jornalista de ter cometido lavagem de dinheiro, bens e ativos.
Também estão presos dois membros do conselho de administração do jornal nicaraguense: Cristiana Chamorro, que é pré-candidata às eleições presidenciais de 7 de novembro, e Pedro Joaquín Chamorro, que foi preso após ter declarado que também tinha aspirações presidenciais, disse a SIP.
Entretanto, Constantín Ferreiro, editor da revista “La Hora”, de Cuba, ficou incomunicável durante dez dias após ter sido detido em 11 de julho, quando começaram os protestos contra o regime cubano.
O cubano permaneceu sob prisão domiciliar até 23 de agosto e foi liberto, mas permanece sob cerco constante, assim como o resto dos jornalistas independentes do país.
Tanto os jornalistas como os vencedores das outras 14 categorias dos Prêmios de Excelência em Jornalismo da SIP serão homenageados no dia 21 de outubro na Assembleia Geral da SIP, que será realizada praticamente de 19 a 22 de outubro.
Chamorro e Constantín Ferreiro são também vice-presidentes regionais do Comité para a Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, e esta é a primeira vez em décadas que dois oficiais da SIP são presos ao mesmo tempo “unicamente por terem exercido o seu direito à liberdade de expressão”, frisou a entidade.
“É evidente que o jornalismo independente está atravessando um dos períodos mais obscuros para a imprensa nestes países”, lamentou Leonor Mulero, presidente do Comitê de Prêmios da SIP.
Carlos Jornet, presidente do Comitê para a Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, ressaltou que “não deixará de levantar a voz e denunciar as atrocidades contra eles e as dezenas de jornalistas que são perseguidos, encarcerados e forçados ao exílio”.
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