O jornalista norte-americano Michael Shellenberger, coautor da série de reportagens Twitter Files Brazil, confirmou sua participação em uma audiência na Câmara dos Estados Unidos intitulada “Brasil: uma crise de democracia, liberdade, Estado de direito? “, agendada para o dia 7 de maio. A reunião visa discutir as ações arbitrárias do Supremo Tribunal Federal e as ordens de censura contra usuários nas redes sociais. O enfoque estará especialmente no X, antigo Twitter, que foi a plataforma mais impactada pela censura e originou as denúncias do Twitter Files.
Shellenberger compareceu a uma audiência no Senado Federal em 11 de abril para denunciar as interferências de autoridades brasileiras no X. Na ocasião, o jornalista descreveu a situação como parte de um “complexo industrial da censura” que está se em vários países.
“O Brasil se apresenta ao mundo como uma democracia liberal, mas não é. A Polícia Federal, o Supremo Tribunal Federal e o Advogado-Geral da União estão censurando o discurso jurídico, tentando banir jornalistas e políticos independentes das plataformas de mídia social, e podem apresentar acusações criminais contra mim por publicar informações precisas e legais na forma de Arquivos do Twitter – Brasil.
Hoje estou reagindo. Apresentei um pedido formal de “Medida Cautelar” contra o governo brasileiro pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos (“OEA”) cuja missão é promover e proteger direitos humanos no hemisfério americano.
Também fiz um apelo especial a Pedro Vaca Villarreal, Relator Especial para a Liberdade de Expressão da CIDH”, escreveu Shellenberger em sua conta no X.
O jornalista citou Lula como um dos responsáveis pelos ataques à liberdade de expressão no Brasil e afirmou que a ditadura brasileira é uma das “mais polêmicas” do mundo.
“O sinistro ataque à liberdade de expressão no Brasil pelo presidente Lula e pelo ministro Alexandre de Moraes é uma das maiores polêmicas do mundo. E ficará ainda maior quando eu testemunhar perante o Congresso na próxima terça-feira, 7 de maio”.
Outra presença confirmada na audiência no Congresso americano será a da juíza Ludmila Lins Grilo, atualmente residente nos Estados Unidos. Ela tomou a decisão de deixar o Brasil após ser alvo de perseguição e censura devido às suas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). A magistrada foi aposentada compulsoriamente e afirmou que teve suas contas bancárias bloqueadas por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
