Por Voice of America
A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, divulgou sua candidatura à presidência na sexta-feira à noite.
O anúncio de Áñez ocorreu durante o ato em que seu partido, Unidade Democrática, e Sol.Bo, de Luis Revilla, tornaram pública sua aliança.
No ato, não foi confirmado se Revilla a acompanhará na chapa como vice-presidente.
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Áñez disse que a decisão veio de um consenso entre sua equipe e que se candidatar não estava inicialmente em seus planos.
“Tomei a decisão de me apresentar como candidata. Não estava em meus planos participar dessas eleições. Nas últimas semanas, tentamos obter um consenso mínimo com as principais forças políticas e com os diferentes atores políticos, apelando à grandeza de todos eles como parte desse processo”, explicou.
Áñez explicou que sua decisão se baseia em “continuar o trabalho que temos feito para estabilizar e trazer segurança e, é claro, tranquilidade ao nosso país”.
Querida familia boliviana, he tomado la decisión de presentarme como candidata para las elecciones nacionales. Hemos logrado construir una gran alianza porque queremos continuar con el trabajo que hemos venido realizando. ¡Muchas gracias por todo el apoyo, podemos hacerlo JUNTOS! pic.twitter.com/2dnxDPmlHz
— Jeanine Añez Chavez (@JeanineAnez) January 25, 2020
A mídia latino-americana, como Infobae, divulgou que horas antes Revilla havia abandonado a aliança com o ex-presidente boliviano Carlos Mesa para se aproximar de Áñez.
“Temos unidade e paz graças à presidente Jeanine Áñez. Ela está fazendo um trabalho enorme, é por isso que estamos aqui prontos para defendê-la e apoiá-la em qualquer decisão que ela tomar”, disse Revilla após abrir os festejos da Alasita, uma tradicional festa boliviana.
Áñez confirmou sua candidatura depois que alguns de seus ministros indicaram seu nome como candidata.
“A dispersão de votos e a apresentação de candidaturas que não conseguem unir os bolivianos me levaram a tomar essa decisão”, acrescentou após o anúncio.
Poucas horas antes da divulgação da notícia, o ex-presidente da Bolívia Evo Morales usou sua conta no Twitter para detalhar que, perante o Tribunal Eleitoral, o binômio MAS-IPSP já havia formalizado sua participação. “Somos aliados apenas do povo e das organizações sociais que sempre lutaram por um destino melhor para o país”, afirmou Morales.
Ele também tuitou: “Que aliança melhor do que a ideológica e programática, irmãs e irmãos, para garantir o triunfo nas eleições de 3 de maio com nosso binômio Lucho e David”.
Quando Áñez assumiu o cargo em 12 de novembro, após a renúncia de Evo Morales dois dias antes, ela assegurou que seu papel seria liderar uma transição para convocar eleições.
A trajetória
Jeanine Áñez, de 52 anos, é advogada e militante da aliança chamada Unidade Democrática (UD). O partido é liderado por Rubén Costas, governador de Santa Cruz, região no leste que concentra os opositores de Morales.
Luis Revilla, também advogado, de 47 anos, é prefeito de La Paz e, nas eleições que foram anuladas, ele apoiou o ex-presidente Carlos Mesa, fazendo dele uma poderosa frente contra Morales.
Poucas horas depois do fechamento das inscrições das alianças dos partidos políticos, eles buscam a unidade para enfrentar os candidatos da força política do ex-presidente Evo Morales. Paralelamente, espera-se que em 3 de fevereiro a lista de candidatos seja formalizada junto ao Supremo Tribunal Eleitoral.
Mesa, de 66 anos, que concentrou os votos anti-Evo Morales, não foi visto nas últimas semanas e sua posição é desconhecida. Ele é historiador e jornalista e foi presidente de 2003 a 2005.
Luis Fernando Camacho, 40 anos, é advogado e ex-líder comunitário de Santa Cruz. Ele liderou os protestos contra Morales até depois de sua renúncia em 10 de novembro e foi ele quem acompanhou Áñez em seu juramento como presidente.
Camacho anunciou que será acompanhado pelo ex-líder civil da região sul de Potosí, Marco Pumari, que liderou os protestos em defesa do lítio, um mineral encontrado em uma das maiores salinas de sua propriedade, a área que ele representa.