Japão pede que aliados encarem “ameaças iminentes” da Coreia do Norte

24/10/2017 16:37 Atualizado: 24/10/2017 16:37

A ameaça da Coreia do Norte cresceu até um “nível crítico e iminente”, e os Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul precisam abordar esta questão em breve, disse na segunda-feira (23) o ministro da Defesa japonês, Itsunori Onodera, a seus homólogos dos Estados Unidos e Coreia do Sul, em uma reunião entre ministros da Defesa da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) nas Filipinas.

Os ministros da Defesa da ASEAN, em um comunicado conjunto, expressaram sua “grande preocupação” com os programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte e instaram o país a cumprir suas obrigações internacionais.

Os diplomatas também sublinharam a “necessidade de manter a paz e a estabilidade na região” e pediram “o exercício da auto-restrição e a retomada do diálogo para reduzir as tensões na Península Coreana”.

Ministros da Defesa da ASEAN em foto oficial (ASEAN)
Ministros da Defesa da ASEAN em foto oficial (ASEAN)

Os comentários de Onodera revelaram a profunda preocupação de Tóquio após os testes nucleares realizados pela Coreia do Norte sobre o território do Japão e tornaram público que Pyongyang quer desenvolver um míssil nuclear capaz de alcançar os Estados Unidos.

“A ameaça representada pela Coreia do Norte cresceu até um nível inédito, crítico e iminente. Portanto, temos que adotar respostas diferentes para enfrentar esse nível de ameaça”, disse Onodera em uma reunião de autoridades de defesa asiáticas nas Filipinas.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, e sua homóloga sul-coreana, Song Young-moo, foram um pouco mais contidos em seus comentários sobre o assunto.

No entanto, Song Young-Moo reconheceu que “a atitude de provocação da Coreia do Norte está piorando cada vez mais”.

James Mattis, que iniciou uma viagem de uma semana à região asiática na segunda-feira, está ansioso para fazer com que os esforços diplomáticos resolvam a crise pacificamente, pois a crescente tensão entre Washington e Pyongyang causou temores de um “confronto armado”.

Enquanto isso, o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter disse que estava disposto a viajar para a Coreia do Norte em nome da administração Trump para mediar a situação, conforme informou o jornal The New York Times.

Mattis tem sido mais cauteloso em suas declarações públicas do que o presidente Donald Trump, que travou uma guerra de palavras com o líder norte-coreano Kim Jong-un, ameaçando até mesmo “destruir a Coreia do Norte” se fosse necessário, para defender os Estados Unidos e seus aliados.

Kim, por sua vez, chamou Trump de “perturbado mental”.

A viagem de Mattis à Ásia, que inclui uma visita à Tailândia, ocorre antes da primeira visita de Trump à região no próximo mês.

Mattis, quando esteve nas Filipinas, elogiou as forças armadas do país por derrotar insurgentes na cidade de Marawi, na ilha de Mindanao.

As Filipinas confirmaram na segunda-feira que deram fim a cinco meses de operações militares em Marawi após confrontos urbanos que marcaram a maior crise de segurança do país em anos.

Trump e o continente asiático

Trump tem pressionado a China para que intensifique seus esforços em controlar o programa nuclear e de mísseis da vizinha Coreia do Norte. A China é o maior parceiro comercial do país.

É esperado que Trump visite o Japão de 5 a 7 de novembro para reafirmar os laços bilaterais.

Presidente Donald Trump e o primeiro-ministro de Singapura Lee Hsien Loong na Casa Branca, em 23 de outubro de 2017 (Win McNamee/Getty Images)
Presidente Donald Trump e o primeiro-ministro de Singapura Lee Hsien Loong na Casa Branca, em 23 de outubro de 2017 (Win McNamee/Getty Images)

Na segunda-feira (23), o presidente norte-americano Donald Trump recebeu na Casa Branca o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, elogiou o progresso econômico do país e a importância dos laços comerciais com os EUA, observando que em pouco tempo desde sua independência, Singapura tornou-se “um ímã para os negócios”.

No entanto, talvez Trump não visite a zona desmilitarizada entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, conhecida como DMZ, durante sua viagem à Ásia no próximo mês, anunciou a Casa Branca na segunda-feira.

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