Japão impõe novas sanções contra Coreia do Norte após visita de Trump

08/11/2017 14:01 Atualizado: 08/11/2017 14:08

O Japão anunciou na terça-feira que está impondo novas sanções à Coreia do Norte. O anúncio ocorreu após uma visita de dois dias do presidente Donald Trump ao Japão, onde ele e o primeiro-ministro Shinzo Abe discutiram a ameaça da Coreia do Norte.

Sob as novas sanções, os ativos de nove organizações e 26 pessoas físicas serão congelados.

“O míssil norte-coreano e a questão nuclear são uma ameaça não vista antes”, disse o secretário de gabinete japonês, Yoshihide Suga, em entrevista coletiva. “Suas ações provocativas, com as quais ignorou as severas advertências da comunidade internacional, são totalmente inaceitáveis.”

As organizações são bancos da Coreia do Norte, vários deles com sede na China, enquanto os indivíduos são radicados em vários países, incluindo China, Rússia e Líbia.

Suga disse que a decisão foi tomada na sequência da visita de Trump como uma forma de demonstrar a determinação de ambas as nações de se manter unidas e aumentar a pressão sobre Pyongyang.

No Japão, o presidente Trump reiterou o compromisso dos Estados Unidos de trabalhar com o Japão e a Coreia do Sul contra a ameaça da Coreia do Norte.

Trump disse que o Japão estará comprando muito mais equipamentos militares dos EUA. Ele disse que isso, por um lado, ajudará os japoneses a se manterem seguros com os equipamentos mais avançados do mundo e, por outro lado, ajudará a reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos com o Japão e a criar empregos na América.

Trump e a primeira-dama Melania Trump também se encontraram com uma vítima sequestrada e familiares de japoneses raptados pela Coreia do Norte.

“Durante dois dias, o Presidente Trump e eu passamos várias horas juntos e tivemos uma discussão aprofundada sobre vários desafios globais”, disse o primeiro-ministro japonês, Abe, durante um jantar oficial no Palácio Akasaka na segunda-feira.

“Estou particularmente agradecido pelo presidente Trump e pela senhora primeira-dama, que gentilmente passaram o tempo com um ex-sequestrado e os membros da família daqueles que foram sequestrados pela Coreia do Norte”, disse ele.

Trump esteve ontem na Coreia do Sul, onde ele discutiu o comércio e a ameaça da Coreia do Norte com o presidente sul-coreano Moon Jae-in.

Durante uma visita ao Camp Humphreys, na Coreia do Sul, Trump manifestou esperança de que a situação com a Coreia do Norte seja resolvida. “Em última análise, tudo funcionará. Porque sempre funciona, tem que funcionar”, disse ele.

O Governo Trump disse que a única solução para a situação norte-coreana é uma desnuclearização do regime comunista em Pyongyang.

“A estreita coordenação entre a Coreia e os Estados Unidos, e a superioridade do poder que deriva da aliança coreana-americana, acabará por fazer a Coreia do Norte cessar suas provocações imprudentes e por fazer a Coreia do Norte entrar em diálogo para a desnuclearização”, disse o primeiro-ministro da Coreia do Sul, Moon, durante um jantar oficial na terça-feira.

Durante a visita, Trump disse que as forças armadas sul-coreanas estão se tornando cada vez mais fortes. “Nós fazemos o melhor equipamento do mundo, e vocês estão comprando muito, e nós apreciamos isso”, disse Trump.

Trump reafirmou que a Coreia do Norte representa uma ameaça para o mundo inteiro e que requer atenção mundial.

“Pedimos a todos os países responsáveis, incluindo a China e a Rússia, que exijam que o regime norte-coreano acabe com suas armas nucleares e seus programas de mísseis e viva em paz”, disse Trump.

Ele visita a China nesta quarta-feira, em mais uma etapa de sua turnê por cinco países asiáticos.

“Quero dizer que o presidente Xi ─ onde estaremos amanhã, a China ─ foi muito útil. Vamos descobrir o quão útil em breve”, disse Trump.

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