Por EFE
Japão e Taiwan comprometeram-se nesta quinta-feira a reforçar sua cooperação durante a visita de uma delegação de parlamentares japoneses a Taipé, em um momento marcado por tensões ao redor da ilha.
A delegação japonesa, liderada pelo ex-ministro da Defesa Shigeru Ishiba, reuniu-se hoje com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, em uma viagem focada na cooperação em questões de segurança, segundo fontes do governo japonês.
Tsai e a delegação japonesa enfatizaram a necessidade de “continuar aprofundando a cooperação bilateral e com outros parceiros democráticos para salvaguardar a paz e a estabilidade na região da Ásia-Pacífico”, segundo declarações da presidente taiwanesa relatadas pela agência de notícias japonesa “Kyodo”.
O ex-ministro da Defesa japonês, por sua vez, transmitiu a Tsai a disposição do Japão em ajudar Taiwan no caso de uma hipotética contingência, de acordo com a agência.
Ishiba reafirmou desta forma a posição que o ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe havia manifestado em dezembro do ano passado, que apontou que uma possível invasão da ilha implicaria uma intervenção japonesa no conflito, dentro do acordo de segurança que une Tóquio aos Estados Unidos e seus aliados.
A visita da comitiva japonesa ocorre no contexto de frequentes manobras militares de Pequim em torno de Taiwan, movimentos que Tóquio também vem denunciando em águas próximas às ilhas Senkaku, reivindicadas pela China (que chama de Diaoyu).
As tensões em torno de Taiwan se intensificaram nos últimos dias devido à possível visita à ilha da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, diante da qual Pequim advertiu que seu Exército “não ficará de braços cruzados”.
Pequim também acusou Tóquio ontem, por ocasião da publicação do último livro branco de Defesa do Japão, que a China descreveu como “ignorando os fatos” e estar “cheio de preconceitos”, além de “interferir nos assuntos internos da China e criando tensão na região”.
Em seu livro branco, que analisa o contexto de segurança regional, o Japão adverte para “a possibilidade de aprofundar a colaboração militar sino-russa” como resultado da guerra na Ucrânia, e acusa o país vizinho de manter uma atitude “assertiva” que poderia causar “contingências indesejáveis” na região.
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