Japão adverte contra exercícios aéreos conjuntos “crescentes” da China e Rússia perto do território japonês

Por Aldgra Fredly
02/12/2022 19:52 Atualizado: 03/12/2022 09:14

O Japão alertou que irá “proteger decisivamente” seu território diante de uma crescente patrulha aérea conjunta de aviões de guerra chineses e russos que gerou graves preocupações de segurança, disse uma autoridade do governo na quinta-feira (01).

O secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno, disse que o Japão transmitiu suas preocupações à China e à Rússia por meio de canais diplomáticos, em relação às atividades de aviões de guerra perto do território japonês.

“Vamos monitorar de perto a crescente cooperação entre os dois países com um sentimento de preocupação”, disse Matsuno em uma coletiva de imprensa.

O Ministério da Defesa do Japão informou anteriormente que dois bombardeiros H-6 chineses e dois bombardeiros russos Tu-95, foram vistos voando juntos do Mar do Japão para o Mar da China Oriental através do Pacífico na quarta-feira, levando seus militares a enviar caças em resposta.

O Ministério disse que as quatro aeronaves não entraram no espaço aéreo do Japão, mas representam uma ameaça militar. Os bombardeiros russos Tu-95 são capazes de transportar mísseis de cruzeiro, embora não esteja claro se eles estavam armados durante a missão.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul também preparou jatos depois de avistar dois aviões de guerra chineses e oito russos entrando na Zona de Identificação de Defesa Aérea da Coreia (KADIZ), na quarta-feira, reportou a agência de notícias Yonhap.

Uma zona de defesa aérea é uma área onde os países exigem que as aeronaves estrangeiras tomem medidas especiais para se identificar.

Os aviões de guerra incluíam dois H-6 chineses, quatro Tu-95 russos e dois Su-35 russos, mas as autoridades sul-coreanas disseram que não violaram o espaço aéreo sul-coreano.

“Nossos militares despacharam caças da força aérea antes da entrada das aeronaves chinesas e russas no KADIZ para implementar medidas táticas em preparação para uma possível contingência”, disse o Estado-Maior Conjunto sul-coreano.

Rússia e China mantêm patrulha aérea conjunta

Mais tarde naquele dia, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou que seus bombardeiros Tu-95 e os bombardeiros chineses H-6K conduziram uma patrulha aérea sobre o Mar do Japão e o Mar da China Oriental, que durou cerca de 8 horas.

“Os jatos Su-30SM e Su-35S das Forças Aeroespaciais Russas forneceram apoio de caça para a força-tarefa aérea”, afirmou.

O ministério afirmou que os bombardeiros foram acompanhados por “caças de países estrangeiros” em alguns estágios da patrulha, mas “não houve violações do espaço aéreo de países estrangeiros”, reportou a Agência de Notícias Russa.

“Pela primeira vez na história do patrulhamento aéreo, aeronaves russas pousaram em um aeródromo na República Popular da China e aviões chineses pousaram em um aeródromo no território da Federação Russa”, disse o ministério russo.

O Ministério da Defesa da China divulgou, na quinta-feira, um comunicado confirmando sua patrulha aérea conjunta com aviões de guerra russos no Mar do Japão, no Mar da China Oriental e no oeste do Oceano Pacífico.

A China disse que suas forças aéreas enviaram bombardeiros estratégicos H-6K, aviões-tanque YU-20 e caças J-16 para a missão de patrulha.

Os dois países aumentaram a cooperação e assinaram uma parceria “sem limites” durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em fevereiro. A China se absteve de condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia, que a Rússia descreveu como uma “operação militar especial”.

A Reuters contribuiu para esta notícia.

 

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