Jaguar Land Rover cortará milhares de empregos no Reino Unido após quedas de vendas na China e na Europa

11/01/2019 11:05 Atualizado: 11/01/2019 11:07

Por Reuters

LONDRES – A maior montadora britânica, a Jaguar Land Rover (JLR), deve anunciar cortes de empregos “substanciais”, disse uma fonte à Reuters, enquanto a empresa enfrenta quedas de dois dígitos na demanda e queda nas vendas de carros a diesel na Europa.

A empresa constrói uma proporção maior de seus carros na Grã-Bretanha do que qualquer outra grande ou média montadora e também gastou milhões de libras preparando-se para o Brexit, caso haja tarifas ou verificações alfandegárias.

A JLR registrou prejuízo de 354 milhões de libras (US$ 450 milhões) entre abril e setembro e já em 2018 cortou cerca de 1.000 funções na Grã-Bretanha, fechou sua fábrica de Solihull por duas semanas e anunciou a escala de três dias por semana em seu posto em Castle Bromwich.

A empresa de propriedade da Tata Motors revelou planos para cortar custos e melhorar os fluxos de caixa em 2,5 bilhões de libras, incluindo “redução dos custos de emprego e de níveis de emprego”.

Esses cortes serão “substanciais” e chegarão aos milhares, disse a fonte à Reuters.

“O anúncio sobre as demissões será substancial, afetando gestão, pesquisa, vendas, design”, disse a fonte, que falou sob condição de anonimato.

O pessoal da linha de produção não será afetado “nesta fase”, disse a fonte.

A companhia, que emprega cerca de 40 mil pessoas na Grã-Bretanha e vem aumentando sua força de trabalho em novas fábricas na China e na Eslováquia nos últimos anos, se recusou a comentar quando contatada pela Reuters na quinta-feira.

Trabalhadores montam o estande da marca Jaguar Land Rover, da fabricante britânica Jaguar Land Rover, dentro do Centro Nacional de Exibições e Convenções, sede da próxima Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), em Xangai, China, no dia 28 de outubro de 2018. Reuters)

A JLR, que se tornou a maior montadora britânica em 2016, estava no caminho para construir cerca de 1 milhão de veículos até a virada da década, mas a produção em 2018 deve ter caído, já que as vendas nos primeiros onze meses caíram 4,4%.

As vendas na China entre julho e setembro caíram 44%, a maior queda de todos os mercados para a empresa inglesa, transformando o país que era seu maior mercado de vendas, no menor.

Seu diretor financeiro disse em outubro que a fábrica Changshu da empresa na China “está basicamente fechada desde outubro, a fim de permitir que o estoque de nossos veículos e estoques de revendedores comece a diminuir”.

O diesel corresponde por 90% das vendas britânicas da empresa e por 45% da demanda global, informou a empresa no ano passado, já que a demanda no segmento vem caindo após novos impostos na sequencia do escândalo de fraude de emissões da Volkswagen em 2015.

Como as empresas automobilísticas, a empresa pode ver suas três fábricas de automóveis britânicas paralisadas em menos de 80 dias se os parlamentares rejeitarem na próxima semana o acordo da primeira-ministra Theresa May, levando a tarifas e verificações alfandegárias depois de uma saída sem acordo da União Europeia.

De Costas Pitas