Por Reuters
LONDRES – A maior montadora britânica, a Jaguar Land Rover (JLR), deve anunciar cortes de empregos “substanciais”, disse uma fonte à Reuters, enquanto a empresa enfrenta quedas de dois dígitos na demanda e queda nas vendas de carros a diesel na Europa.
A empresa constrói uma proporção maior de seus carros na Grã-Bretanha do que qualquer outra grande ou média montadora e também gastou milhões de libras preparando-se para o Brexit, caso haja tarifas ou verificações alfandegárias.
A JLR registrou prejuízo de 354 milhões de libras (US$ 450 milhões) entre abril e setembro e já em 2018 cortou cerca de 1.000 funções na Grã-Bretanha, fechou sua fábrica de Solihull por duas semanas e anunciou a escala de três dias por semana em seu posto em Castle Bromwich.
Up to 5000 jobs are expected to be cut today by Jaguar Land Rover. The losses are likely to be blamed over concerns over #Brexit and a drop in demand for diesel cars.@SwainITV is live from Castle Bromwich. pic.twitter.com/TDwPKk4rjj
— Good Morning Britain (@GMB) January 10, 2019
A empresa de propriedade da Tata Motors revelou planos para cortar custos e melhorar os fluxos de caixa em 2,5 bilhões de libras, incluindo “redução dos custos de emprego e de níveis de emprego”.
Esses cortes serão “substanciais” e chegarão aos milhares, disse a fonte à Reuters.
“O anúncio sobre as demissões será substancial, afetando gestão, pesquisa, vendas, design”, disse a fonte, que falou sob condição de anonimato.
O pessoal da linha de produção não será afetado “nesta fase”, disse a fonte.
A companhia, que emprega cerca de 40 mil pessoas na Grã-Bretanha e vem aumentando sua força de trabalho em novas fábricas na China e na Eslováquia nos últimos anos, se recusou a comentar quando contatada pela Reuters na quinta-feira.
A JLR, que se tornou a maior montadora britânica em 2016, estava no caminho para construir cerca de 1 milhão de veículos até a virada da década, mas a produção em 2018 deve ter caído, já que as vendas nos primeiros onze meses caíram 4,4%.
As vendas na China entre julho e setembro caíram 44%, a maior queda de todos os mercados para a empresa inglesa, transformando o país que era seu maior mercado de vendas, no menor.
Seu diretor financeiro disse em outubro que a fábrica Changshu da empresa na China “está basicamente fechada desde outubro, a fim de permitir que o estoque de nossos veículos e estoques de revendedores comece a diminuir”.
O diesel corresponde por 90% das vendas britânicas da empresa e por 45% da demanda global, informou a empresa no ano passado, já que a demanda no segmento vem caindo após novos impostos na sequencia do escândalo de fraude de emissões da Volkswagen em 2015.
Como as empresas automobilísticas, a empresa pode ver suas três fábricas de automóveis britânicas paralisadas em menos de 80 dias se os parlamentares rejeitarem na próxima semana o acordo da primeira-ministra Theresa May, levando a tarifas e verificações alfandegárias depois de uma saída sem acordo da União Europeia.
De Costas Pitas