Por Agência EFE
O presidente da Colômbia, Iván Duque , pede mais pressão da União Européia (UE) contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela, que “é claramente a ditadura mais brutal que a América Latina já viu em sua história recente”, opina em um entrevista publicada esta quarta-feira pelo jornal espanhol El Mundo.
Duque levanta vários propósitos “muito claros” para se juntar aos esforços da comunidade internacional: o fim da “ditadura”, um processo por meio de um governo de transição com ampla representação e eleições livres, que são três condições “cruciais”.
Questionado sobre o que a UE pode fazer, ele indica que seu apoio na resposta à crise migratória venezuelana é “fundamental”; e a pressão que deve continuar a exercer para o restabelecimento da democracia na Venezuela é “particularmente importante”.
“Acredito que cada vez mais pressão é necessária e, também, mais articulação dessa pressão (…) Bruxelas deve ajudar a democracia a vencer na Venezuela”, insiste Duque na entrevista ao El Mundo.
Sobre a situação naquele país, ele cita os desafios humanitários, de segurança e de saúde.
Denuncia como “algo gravíssimo” o “conluio e proteção permanente que a ditadura venezuelana dá aos grupos terroristas e narcotraficantes em seu território”.
Segundo Duque, “a destruição social, a ignomínia e tudo o que é o aniquilamento do aparelho produtivo venezuelano desencadearam a maior crise migratória do mundo hoje”.
Ele explica que há “cerca de seis milhões de pessoas” que deixaram o território venezuelano por este motivo e a Colômbia recebeu 34% delas. “Abordamos esta crise com um sentido humanitário e fraterno”, destaca.
Mas lamenta uma “desproporção muito grande” em relação a outras crises em termos de contribuições da comunidade internacional por migrante, de 3.000 dólares na Síria, 1.600 no Sudão e apenas 300 no caso venezuelano, segundo dados da Washington Brookings Institution. citado por ele.
“Vamos enfrentá-lo”, argumenta ele, “a Colômbia não pode enfrentar de forma sustentável uma crise como esta se a comunidade internacional não prestar atenção.”
Diante dessa crise humanitária, à qual se soma a pandemia covid-19, a Colômbia deveria ter “mais capacidade” de manejar os recursos. “Precisamos de ajuda humanitária”, acrescenta Duque.
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