Iván Duque convocou, perante o Parlamento Europeu, a defesa da democracia na América

"Existem três inimigos das democracias no mundo: o populismo, a pós-verdade e a polarização", afirmou o presidente colombiano

16/02/2022 16:22 Atualizado: 16/02/2022 16:23

Por Alicia Marquez 

O presidente colombiano, Iván Duque, requisitou ao Parlamento Europeu (PE) que defenda a democracia, observando que a democracia regional “não pode ser dada como certa”, pois três ameaças principais estão presentes na América Latina – “o populismo, a pós-verdade e a polarização”.

O presidente colombiano, que está em visita oficial à Europa, em seu discurso no plenário do PE em Estrasburgo, na França, no dia 15 de fevereiro, assegurou que a participação no ambiente multilateral favoreceu a transformação da Colômbia, que é o único parceiro latino-americano da OTAN e agradeceu à UE o apoio que tem prestado através de acordos comerciais ou de cooperação.

“Há quase quarenta anos, nosso Prêmio Nobel Gabriel García Márquez declarava ao mundo que a América Latina estava sozinha. Hoje, a América Latina superou parcialmente essa solidão, mas hoje, precisa da Europa mais do que nunca. Convido-vos a continuar a construir este diálogo multilateral baseado na democracia”, afirmou Duque no seu discurso perante a sessão plenária do PE em Estrasburgo, na terça-feira.

Ele também alertou para o desafio de manter a democracia na América Latina hoje.

“Hoje sabemos que existem três inimigos das democracias no mundo: o populismo, a pós-verdade e a polarização, como Moisés Naím descreveu em seu último livro”, relatou Duque, referindo-se ao analista político venezuelano, Moisés Naím.

Naím em um artigo de opinião de 2020 no El País, menciona que o populismo mais do que uma ideologia é “uma estratégia para tomar o poder e, se possível, mantê-lo”, observando que pode se tornar perigoso quanto mais durar no poder, e quanto mais durar, mais danos causará e a recuperação será mais cara para o país.

Sobre a polarização, Naim aponta que é o aprofundamento de “desentendimentos existentes (…) criando novos motivos de conflito social”. E quanto à pós-verdade, o analista refere que se trata de “desinformar, confundir, alarmar, distorcer e mentir”, salientando que o seu impacto é amplificado, graças às redes sociais, “nas democracias de hoje a verdade é o que o meus amigos do Facebook, do Instagram ou Twitter acham que é verdade. Mesmo que seja mentira”, declarou.

Duque, na terça-feira, afirmou que esses “três inimigos” presentes, muitas vezes, procuram transformar a América Latina “em parte de um debate geopolítico daqueles que querem fraturar a ordem mundial”.

“Temos que ser capazes de proteger nossa democracia da influência ou interferência estrangeira, daqueles que procuram manipular algoritmos ou daqueles que também buscam gerar ódio e fratura” e acrescentou que “estar unidos no alerta sobre essas circunstâncias é nosso dever ético”, acrescentou.

Ressaltou também que deve haver a capacidade de “rejeitar qualquer tentativa de fora que queira assumir nossos sistemas eleitorais” para evitar que eles se tornem um “experimento de hackers treinados” para convocar e gerar ódio.

Mencionou que a União Europeia (UE) acompanhará a Colômbia em seu processo eleitoral com uma missão de observação, a fim de garantir a solidez da democracia do país.

Com informações da EFE

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