O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) confirmou, nesta quarta-feira (25), a morte de um adolescente brasileiro e seu pai no Líbano, durante os bombardeios israelenses que têm como alvo o grupo terrorista Hezbollah, na área do Vale do Beqaa.
Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, e seu pai, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, ambos atingidos por um foguete que caiu na cidade de Kelya, eram parte de uma família de Foz do Iguaçu (PR). Essa é a primeira morte de um brasileiro na escalada de conflito no Líbano.
O pai, que tinha cidadania paraguaia, morava no Líbano com seus filhos, incluindo Ali, que se mudaram para o país para trabalhar em uma pequena fábrica familiar de produtos de limpeza.
A irmã de Ali, Hanan Abdallah, informou ao portal G1 que o bombardeio aconteceu na segunda-feira e que, além do adolescente e do pai, seu irmão Mohamed, de 16 anos, também foi ferido, mas sobreviveu. Ele e sua irmã Iara, de 21 anos, têm previsão de chegar ao Brasil na quinta-feira (26).
Os bombardeios israelenses no Líbano se intensificaram nos últimos dias, resultando em cerca de 560 mortes e 1,8 mil feridos, tornando-se um dos períodos mais sangrentos desde a guerra do Líbano em 2006.
Israel e o combate ao Hezbollah
Hezbollah e Israel têm um histórico de intensos conflitos, incluindo uma guerra em 2006. Em outubro de 2023, as hostilidades na região se intensificaram novamente quando o grupo terrorista Hamas invadiu Israel, resultando na morte de cerca de 1.200 civis e em diversos sequestros.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas e intensificou os bombardeios na Faixa de Gaza. Desde então, os terroristas do Hezbollah têm lançado foguetes contra Israel, demonstrando apoio ao Hamas.
Na última semana, pagers utilizados por membros do Hezbollah explodiram quase simultaneamente em uma ação coordenada. No dia seguinte, o mesmo aconteceu com walkie-talkies do grupo terrorista.
O ataque resultou em pelo menos 12 mortos e mais de 2 mil feridos, muitos em estado grave. O ataque envolvendo os walkie-talkies causou a morte de 20 pessoas e deixou ao menos 450 feridos.
Ainda não se sabe como os ataques, aparentemente altamente sofisticados, foram realizados. O Hezbollah atribuiu a responsabilidade a Israel, mas o governo israelense negou qualquer envolvimento na operação.