Itália registra 17 mortes e 650 infectados por coronavírus

27/02/2020 23:49 Atualizado: 28/02/2020 02:12

Por Agência EFE

Dezessete pessoas já morreram na Itália devido ao coronavírus, que afeta especialmente o norte do país, e o número de pessoas infectadas é de 650, informou hoje o chefe da Proteção Civil, Angelo Borrelli.

Borrelli disse que três pacientes na Lombardia (norte), a região mais atingida, receberam alta por terem sido curados, de modo que as pessoas que já se recuperaram desta doença somam 43 em todo o país.

O chefe da Proteção Civil também descartou que a situação nos onze municípios afetados da Lombardia e Veneto, os da chamada “zona vermelha”, seja crítica e pediu calma, porque a maioria dos infectados está em casa. Não há necessidade de entrar em um hospital.

Antes deste surto de coronavírus na Itália, a Proteção Civil empregava cerca de 774 pessoas para gerenciar a emergência e também possui 800 voluntários.

Macron pede colaboração internacional para parar o coronavírus na Itália.

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu hoje na cidade italiana de Nápoles uma colaboração conjunta em nível europeu e internacional para interromper o avanço do coronavírus, que somente na Itália, o país mais afetado do continente, já causou 650 infectados.

Macron viajou para a Itália para se encontrar com o primeiro-ministro Giuseppe Conte, no âmbito da cúpula bilateral franco-italiana, e ambos compareceram perante a imprensa.

“O coronavírus nos preocupa a todos e a situação em que nos encontramos deve ser gerenciada com uma colaboração conjunta em nível europeu e internacional”, afirmou.

Macron já havia demonstrado sua preocupação em Paris nesta quinta-feira, durante uma visita a um hospital que trata pessoas infectadas com COVID-19, e alertou para a chegada iminente de uma epidemia que terá que ser enfrentada “da melhor maneira”.

Na Europa, o coronavírus está afetando especialmente o norte da Itália, onde estão localizadas as regiões mais ricas e produtivas, como Lombardía e Véneto, as mais castigadas, juntas representam um terço do produto interno bruto (PIB) italiano.

Com o bloqueio temporário da atividade produtiva nessas regiões como medida de prevenção, a Itália corre o risco de entrar em recessão, pois sua economia já registrou uma contração de 0,3% do PIB no último trimestre do ano passado e estagnou em termos interanuais.

Por esse motivo, a vice-ministra da Economia, Laura Castelli, informou recentemente que o Executivo confia que Bruxelas concederá alguma flexibilidade ao país em seu PIB e margens de déficit planejadas para 2020.

Macron, quando questionado sobre esse assunto, enfatizou que Bruxelas deveria se adaptar a situações particulares e mostrar “flexibilidade” em certos casos, se necessário.

Por seu lado, o primeiro-ministro italiano disse que os países europeus não podem considerar a possibilidade de suspender o Acordo de Schengen (livre circulação de pessoas) porque causaria “danos econômicos irreversíveis” à Europa.

Na mesma linha, estava o presidente francês, que afirmou que a Organização Mundial da Saúde não recomenda fechar as fronteiras e que cada decisão nacional será tomada com base em indicações científicas.

Conte também citou outras questões que ele abordou com Macron, como fluxos migratórios da Líbia para a Europa e indicou que os dois países concordam que é necessária uma colaboração intensa a nível europeu para gerenciar o problema.

A Itália é a favor da imposição do embargo de armas à Líbia, disse Conte, para garantir “um futuro de paz e prosperidade que o povo líbio espera há anos”.

Conte e Macron também conversaram sobre a guerra na Síria, as tensões com o Irã e a região do Golfo Pérsico, o quadro financeiro plurianual da União Europeia para o período 2021-2027 e o futuro relacionamento dos 27 com o Reino Unido após deixar o clube da comunidade.