Por Agência EFE
A Itália não permitirá a chegada aos seus portos do navio humanitário “Sea Watch”, que se dirige para a costa italiana com 47 migrantes resgatados a bordo para fugir de um ciclone no mar Mediterrâneo, informaram nesta quinta-feira (24) o vice-primeiro-ministro, Luigi Di Maio, e o ministro do Interior, Matteo Salvini.
Di Maio afirmou que o governo proporcionará “apoio médico” à embarcação caso seja necessário, mas exigiu que os imigrantes sejam desembarcados na França, país que Roma mantém no centro de suas críticas.
“O navio terá por parte do governo italiano, se precisar, apoio médico e sanitário. Depois os convido a seguir rumo a Marselha para desembarcar essas pessoas em solo francês, melhor do que esperar inutilmente em águas italianas durante anos”, apontou.
O vice-primeiro-ministro disse que, segundo estabeleceu o Conselho Europeu em junho de 2008, “as responsabilidades da Europa em matéria de imigração são compartilhadas” e a França “deve fazer sua parte”.
Salvini, impulsor da política de portos fechados para as embarcações de ONGs, tachou a decisão do navio “Sea Watch” de se dirigir à ilha italiana da Sicília como “a enésima provocação”.
“Ninguém desembarcará na Itália. Estamos preparados para mandar remédios, mantimentos e tudo o que chegarem a precisar. Mas os portos italianos estão e continuarão fechados”, afirmou o ministro do Interior no Twitter.
O “Sea Watch”, da ONG alemã homônima, informou que no Mediterrâneo, onde opera para resgatar imigrantes, está se formando um ciclone “raro” que gerará ondas de sete metros, chuva e ventos gélidos, por isso se dirige à costa para se proteger.
A bordo, além da tripulação, há 47 migrantes que foram salvos no mar no último sábado.