O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou nesta terça-feira que seu país manterá o controle militar da Faixa de Gaza quando a guerra terminar, com liberdade para operar dentro do território como faz atualmente na Cisjordânia, ocupada militarmente desde 1967.
“Depois da guerra, penso que está completamente claro que o Hamas não controlará Gaza. Israel irá controlá-la militarmente, mas não no sentido civil”, disse Gallant durante uma reunião no seu gabinete com membros do Comitê das Relações Exteriores e Defesa do Knesset (Parlamento israelense).
Enquanto a guerra chegou hoje a seu 116o dia e deverá durar mais alguns meses, Israel tem sido amplamente criticado pela falta de um plano pós-guerra claro na Faixa, caso atinja seu objetivo de destruir o Hamas, o grupo islâmico que governa o enclave desde 2007.
Israel mantém uma ocupação militar da Cisjordânia desde 1967, onde não só proliferaram os assentamentos judaicos – onde vivem mais de meio milhão de israelenses -, mas suas tropas realizam incursões frequentes e detêm palestinos suspeitos de terrorismo.
Nos últimos dois anos, as incursões militares israelenses intensificaram-se e são quase diárias desde o início da guerra na Faixa de Gaza, com mais de 380 palestinos mortos na Cisjordânia desde 7 de outubro nestas operações, que muitas vezes levam a confrontos armados com milícias locais.
“Esta é a liberdade de operação militar ao mais alto nível e, no entanto, não controlamos a área no sentido civil”, esclareceu Gallant sobre os planos de Israel para o pós-guerra.
No entanto, permanece a questão sobre quem assumirá o poder político dentro da Faixa, uma vez que Israel se opõe ao Hamas e a Autoridade Nacional Palestina, controlada pelo partido secular Fatah e que governa pequenas áreas da Cisjordânia, atravessa uma forte crise de popularidade e legitimidade.