Israel nega entrada a parentes de supostos terroristas palestinos

Por Agência de Notícias
17/10/2022 10:05 Atualizado: 17/10/2022 10:28

Israel anunciou neste domingo que revogou as autorizações de entrada em seu território a 164 palestinos da região de Nablus, no norte da Cisjordânia ocupada, considerando-os “parentes de figuras terroristas”, no meio de um aumento da violência na região.

“Após uma avaliação de segurança realizada pelo ministro da Defesa, foi decidido revogar as autorizações de entrada em Israel de 164 parentes de figuras terroristas nas proximidades da cidade de Nablus”, diz um comunicado do COGAT, o órgão militar israelense que administra os assuntos civis nos territórios palestinos ocupados.

“Que os terroristas escondidos entre a população civil de Nablus saibam que sua identidade é bem conhecida das organizações de segurança e que o caminho do terrorismo que eles escolheram terá repercussões para suas famílias, que não poderão mais ganhar a vida em Israel”, disse o chefe do COGAT, Ghasan Alyan, citado no comunicado.

No ano passado, esta instituição negou a entrada em Israel a mais de 2,5 mil parentes de supostos autores de ataques terroristas contra civis e forças de segurança israelenses, medida muito criticada por organizações internacionais de direitos humanos, como a ONU, que consideram ilegal punição coletiva.

Israel geralmente retira ou suspende as autorizações de entrada ou de trabalho que concede a palestinos na Cisjordânia ocupada ou em Gaza como medida de pressão social quando há picos de violência.

Na última terça-feira, um soldado israelense foi morto a tiros por palestinos em um ataque armado perto da comunidade Shavei Shomron, a noroeste de Nablus, e desde então as forças israelenses fecharam estradas na área.

Um incipiente grupo de combatentes palestinos em Nablus, que se autodenomina a “Cova dos Leões” e que não reivindica qualquer filiação política, ganhou destaque no conflito e tem sido responsabilizado pelos ataques mais recentes na área.

A violência se intensificou na Cisjordânia ocupada após a subida de ataques do Exército israelense nos últimos seis meses, especialmente em Jenin e Nablus, em resposta a uma onda de ataques armados de palestinos e árabes israelenses.

Nesses ataques, 120 palestinos morreram – incluindo civis e crianças – e 22 israelenses – 15 deles civis – até agora em 2022, o ano mais mortífero na área desde 2015, quando eclodiu a chamada “Intifada das facas”.

Somente neste mês de outubro, 14 palestinos e dois soldados israelenses foram mortos.

 

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