O governo de Israel anunciou na sexta-feira (05) que enviará sua equipe de negociação a Doha na semana que vem para continuar as negociações indiretas com o grupo terrorista Hamas sobre um acordo de trégua e a libertação de reféns na Faixa de Gaza.
“Foi determinado que uma equipe partirá na semana que vem para continuar as negociações. Ainda há lacunas entre as partes”, informou o gabinete do primeiro-ministro em comunicado.
O chefe do Mossad, David Barnea, retornou nesta tarde a Israel depois de uma visita turbulenta a Doha, onde se reuniu com o primeiro-ministro e chefe da diplomacia do Catar, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani, para discutir a proposta apresentada pelo Hamas na quarta-feira, que incluiria a libertação dos 116 reféns restantes na Faixa de Gaza.
Barnea, que viajou sozinho sem a delegação completa de negociação, retornará ao Catar com a equipe completa, incluindo o chefe do Shin Bet, Ronen Bar, e o major-general Nitzan Alon, que está supervisionando as negociações em nome do exército.
Netanyahu autorizou na quinta-feira o envio de uma equipe de negociação ao Catar para analisar a proposta enviada pelo Hamas na noite de quarta-feira, que as autoridades israelenses descreveram como “essencialmente positiva”, embora estejam cautelosas quanto à possibilidade de um acordo.
De acordo com fontes consultadas pela Agência EFE, a proposta consiste em três etapas que incluem a libertação gradual dos reféns – começando com menores de idade e mulheres civis – a retirada das forças israelenses, a libertação dos prisioneiros palestinos e a reconstrução do território devastado, onde mais de 38 mil pessoas morreram desde 7 de outubro de 2023.
O chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, apresentou “ideias com o objetivo de chegar a um cessar-fogo” na Faixa de Gaza aos mediadores de Catar e Egito na noite de quarta-feira. Fontes do grupo enfatizam seu espírito “construtivo e positivo”, mas insistem que não aceitarão nenhum acordo que não leve a uma cessação definitiva das hostilidades.
Desde outubro do ano passado, Israel e Hamas só chegaram a um acordo de trégua por uma semana, durante a qual 105 reféns foram libertados em troca de 240 prisioneiros palestinos.
Fontes do Hezbollah afirmaram que um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza seria automaticamente replicado na fronteira entre Israel e Líbano, que atravessa o maior pico de tensão desde 2006 e onde mais de 510 pessoas foram mortas, a maioria delas do lado libanês e nas fileiras do grupo xiita.