As Forças Armadas de Israel e dos Estados Unidos estão realizando nesta semana exercícios militares conjuntos em território israelense nos quais simulam ataques contra o Irã ou seus parceiros na região, como a milícia libanesa Hezbollah ou grupos pró-iranianos que operam na Síria.
As simulações sobre “diferentes cenários operacionais e voos de longa distância” ocorrem no espaço aéreo israelense e no Mar Mediterrâneo, informou o Exército de Israel nesta quarta-feira em um comunicado.
“Esses exercícios são um componente-chave da crescente cooperação estratégica dos dois Exércitos em resposta às preocupações compartilhadas no Oriente Médio, particularmente aquelas levantadas pelo Irã”, disse o primeiro-ministro israelense em exercício, Yair Lapid, que esteve presente hoje em parte da simulação.
As manobras servem para testar “as habilidades da Força Aérea israelense para coletar inteligência, investigar e delinear alvos e disponibilizar a inteligência para as forças operacionais”, acrescentou um porta-voz militar.
Lapid assistiu às manobras do centro de controle subterrâneo da Força Aérea de Israel, onde o chefe do Estado-Maior, Aviv Kohavi, e o chefe da Força Aérea, Tomer Bar, mostraram a ele “os vários cenários” e discutiram “a ameaça iraniana”.
“Temos parceiros no céu e na terra, mas também temos o direito de agir como melhor nos pareça e defender o Estado de Israel”, acrescentou Lapid.
O exercício conjunto foi acordado durante a viagem de Kohavi aos Estados Unidos na semana passada, onde as partes concordaram em acelerar os planos conjuntos de ações ofensivas contra o Irã.
“Para aprimorar nossas capacidades diante dos desafios da região, a atividade conjunta com o Comando Central dos EUA será significativamente expandida em um futuro próximo”, declarou Kohavi ao retornar a Israel após a viagem.
Israel se opõe às tentativas do presidente dos EUA, Joe Biden, de reviver um acordo nuclear entre Teerã e as potências mundiais, que envolve a flexibilização das sanções em troca de restrições ao seu programa atômico; um tema que gerou divergências entre EUA e Israel, que se dissiparam com o fracasso das negociações e os protestos no Irã.
Diante desse cenário, Israel continua pressionando os EUA para que preparem planos militares de contingência para impedir que o Irã obtenha uma arma nuclear.
Sobre esta questão, Biden afirmou que está preparado para usar a força militar se necessário, mas prefere primeiro esgotar os canais diplomáticos.
Embora o Irã sustente há muito tempo que seu programa é pacífico, especialistas em não-proliferação alertam que o regime iraniano tem urânio enriquecido a 60% o suficiente para reprocessá-lo em combustível para, pelo menos, uma bomba nuclear.
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