O Exército de Israel garantiu nesta sexta-feira que os grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmica têm utilizado repetidamente dezenas de mesquitas na Faixa de Gaza como pontos de encontro, armazenamento de armas e entradas de túneis.
A informação consta de documentos coletados pelo Exército em Khan Younis, no sul de Gaza, dos quais os jornalistas só tiveram acesso a duas folhas digitalizadas, com duas tabelas mostrando em árabe os nomes de dois imãs das mesquitas Al Noor e Al Sheik Mustafa Al Akkad e sua suposta associação com o Hamas e a Jihad Islâmica, juntamente com os nomes de muezzins, assessores e o número médio de fiéis.
Os militares também compartilharam imagens de satélite que mostram mesquitas próximas do que chamaram de “instalações terroristas” ou da boca de um túnel, mas não localizadas dentro delas.
Segundo afirma um comunicado do Exército de Israel, estes documentos “revelam a influência do Hamas sobre os líderes religiosos na Faixa de Gaza e demonstram o alcance da infiltração do Hamas em posições de liderança religiosa local com a intenção de promover discursos de ódio, instigar a violência e encorajar os civis a juntarem-se a grupos terroristas”.
Em alegações anteriores, o Exército israelense afirmou durante semanas em novembro que o hospital Al Shifa, o maior de Gaza, funcionava como uma espécie de base massiva do Hamas, o que justificava seu cerco e os bombardeios; uma declaração que mais tarde foi refutada pela imprensa internacional.
No último dia 14 de novembro, o Exército israelense afirmou ter encontrado uma base militar sob o hospital Al Rantisi, em Gaza, onde recuperou uma suposta lista com nomes de membros do Hamas que estariam, em turnos, guardando reféns. O documento era na verdade um calendário e os nomes em árabe indicavam os dias da semana.
De acordo com dados do Ministério de Doações e Assuntos Religiosos de Gaza, Israel destruiu 1.000 de um total de 1.200 mesquitas no enclave palestino desde o início da guerra, em 7 de outubro.