Israel divulga vídeo do interior de túnel onde seis reféns foram executados pelo Hamas

Por Agência de Notícias
10/09/2024 19:35 Atualizado: 10/09/2024 19:35

O Exército de Israel divulgou nesta terça-feira (10) um vídeo mostrando o interior do túnel subterrâneo no bairro de Tal Al Sultan, na cidade de Rafah, no sul do país, onde os corpos de seis reféns executados pelo Hamas foram encontrados em 31 de agosto.

O vídeo, que dura pouco mais de três minutos, começa com um infográfico de um mapa da Faixa de Gaza, no qual o Exército ilustra o local exato onde os reféns Hersh Goldberg-Polin, Eden Yerushalmi, Ori Danino, Alex Lobanov, Carmel Gat e Almog Sarusi foram encontrados.

Momentos depois, o porta-voz do Exército, Daniel Hagari, aparece na entrada do túnel em questão, que ele explica ter cerca de 20 metros de profundidade, onde, depois de mostrar o local onde foi construído, passa a entrar para mostrar as condições em que os seis prisioneiros estavam sendo mantidos.

“O túnel subterrâneo foi construído dentro de um quarto de criança em uma casa”, explica Hagari, mostrando paredes pintadas com desenhos.

De acordo com informações do Exército, os reféns estavam no final do túnel subterrâneo de 120 metros de comprimento, onde há uma porta de ferro.

“Sabemos que entre dois e seis terroristas estavam aqui guardando os reféns. Estamos coletando tudo o que encontramos aqui para transferir para nossa inteligência”, disse Hagari dentro do túnel, enquanto mostrava alguns desses objetos, como garrafas.

“Também vemos aqui revistas usadas pelos terroristas e algumas cópias do Alcorão”, acrescenta.

No vídeo, o porta-voz do Exército também mostra roupas e o sangue ainda visível dentro do túnel estreito: “Aqui você vê o sangue deles no chão. Aqui você vê seus últimos momentos e aqui eles foram brutalmente assassinados”, denuncia.

“Eles eram heróis e estavam aqui em condições horríveis, onde não se pode respirar, não se pode ficar de pé. E mesmo assim eles sobreviveram”, acrescenta Hagari.

Após a transmissão do vídeo, Hagari disse em entrevista coletiva que as forças “vão caçar” os responsáveis pela morte dos seis reféns, mas que existe a possibilidade de que eles já tenham sido eliminados.

Israel supõe que os prisioneiros foram mortos por pelo menos dois terroristas diferentes e está analisando os corpos de dois combatentes que matou logo após o horário estimado do evento para determinar se eles são os executores.

Hagari insistiu que os terroristas do Hamas abriram fogo contra os reféns na noite de 29 de agosto, dois dias antes de os soldados entrarem no túnel, embora tenha admitido que as tropas estavam lutando na superfície no momento da execução.

Os seis corpos foram encontrados não muito longe do local onde, dias antes, as forças resgataram com vida o refém beduíno Kaid Farhan al-Qadi, que, segundo o porta-voz israelense, nunca mencionou a presença de mais reféns na área.

“As imagens do ‘Túnel dos Horrores’ são chocantes. Elas revelam as condições horríveis em que nossos entes queridos foram privados de ar, condições sanitárias e submetidos a constantes abusos físicos e mentais antes de sua execução brutal. O tempo está se esgotando! Um acordo deve ser assinado agora!”, denunciou o Fórum das Famílias dos Reféns em comunicado.

Após a descoberta dos seis corpos, o porta-voz do Hamas, Abu Obaida, confirmou na segunda-feira que os terroristas haviam recebido novas instruções sobre como tratar os prisioneiros no caso de uma aproximação das tropas, embora ele não tenha especificado as instruções.

“A insistência de Netanyahu em libertar os prisioneiros sob pressão militar, em vez de concluir um acordo, resultará na devolução deles às suas famílias em caixões”, disse o porta-voz em seu canal no Telegram.

Na semana passada, o grupo terrorista palestino divulgou uma série de vídeos de propaganda mostrando os seis reféns falando diante das câmeras e repreendendo o Exército e o governo israelense por abandoná-los por não assinarem um acordo de cessar-fogo.

Dos 251 sequestrados em 7 de outubro do ano passado, 97 cativos permanecem no enclave – 33 confirmados como mortos -, enquanto quatro outros reféns estão presos há anos, incluindo dois soldados mortos.