Israel declara Guterres persona non grata e proíbe sua entrada no país

Por Agência de Notícias
02/10/2024 15:22 Atualizado: 02/10/2024 15:22

O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, anunciou nesta quarta-feira (02) que decidiu declarar o secretário-geral da ONU, António Guterres, persona non grata e proibir sua entrada no país, uma vez que considera que não condenou “de forma inequívoca” o ataque iraniano de terça-feira.

“Qualquer pessoa que não possa condenar de forma inequívoca o ataque atroz do Irã contra Israel não merece pôr os pés em solo israelense. Este é um secretário-geral anti-Israel que presta apoio a terroristas, estupradores e assassinos”, advertiu Katz no comunicado no qual fez o anúncio.

Ontem à noite, minutos após o fim do ataque, Guterres condenou “o crescimento do conflito no Oriente Médio com uma escalada após outra” e reiterou a necessidade de um cessar-fogo.

“Isto tem de parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”, escreveu, sem mencionar diretamente o Irã.

O ministro Katz também acusou o líder da ONU de não ter denunciado as atrocidades do Hamas durante o ataque múltiplo de 7 de outubro e “as atrocidades sexuais cometidas” pelos seus terroristas.

Um relatório do Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos, publicado em 23 de fevereiro, concluiu que o grupo terrorista islâmico Hamas e outros grupos armados palestinos cometeram violações em grande escala do direito internacional nos dias 7 e 8 de outubro, entre elas abusos, agressões sexuais e tortura.

Da mesma forma, em 24 de outubro de 2023, em uma sessão do Conselho de Segurança da ONU, Guterres condenou o ataque do grupo terrorista palestino que deixou 1.200 mortos e 251 sequestrados, mas esclareceu que estas ações não surgiram do nada, mas sim após décadas de ocupação.

Essas declarações, na época, também causaram indignação no governo israelense, que, então, declarou a ONU persona non grata.

“Recusaremos a emissão de vistos para representantes da ONU”, disse o embaixador de Israel na organização, Gilad Erdan, em retaliação.

O ministro das Relações Exteriores também tomou a mesma medida em fevereiro, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi declarado persona non grata depois de descrever a guerra em Gaza como um genocídio comparável ao Holocausto nazista.