O primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, conversou nesta quinta-feira por telefone com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, que pediu ajuda militar israelense na guerra com a Rússia, em particular o sistema antimísseis Cúpula de Ferro.
“O primeiro-ministro recebeu uma atualização sobre a guerra na Ucrânia e enfatizou que Israel está com o povo ucraniano”, informou o gabinete de Lapid em comunicado, que não especificou se Israel mudou sua posição sobre a ajuda militar à Ucrânia.
“Na conversa, o primeiro-ministro enfatizou sua profunda preocupação com os laços militares entre o Irã e a Rússia”, acrescentou a nota oficial, referindo-se aos últimos ataques russos a várias cidades ucranianas com os letais drones kamikaze, fornecidos pela República Islâmica.
Kuleba anunciou na terça-feira em uma entrevista coletiva em Kiev que enviaria uma nota oficial a Israel solicitando ajuda militar, especificamente suprimentos de defesa aérea, uma questão que teria abordado na conversa telefônica de hoje com Lapid.
Desde o início da guerra, Israel condenou a invasão, apoiou a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e alinhou-se com a posição das potências ocidentais lideradas por Estados Unidos e União Europeia, embora com mais cautela devido à relação até então fluida que tinha com a Rússia.
No entanto, Israel não impôs sanções contra a Rússia nem enviou ajuda militar à Ucrânia, além de materiais de proteção individual para suas tropas, como capacetes e coletes à prova de balas, para não comprometer a aliança estratégica que mantém com Moscou no contexto do conflito na Síria.
Sob esse acordo e apesar de apoiar lados opostos, a Rússia permite que Israel bombardeie alvos militares pró-Irã em solo sírio, algo muito importante para os interesses de segurança israelenses perto de sua fronteira norte.
A postura morna de Israel irritou o próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de raízes judaicas, que em várias ocasiões mostrou sua indignação por não ter recebido as armas solicitadas a Israel, em particular seu sistema antimísseis Cúpula de Ferro.
Em reunião ontem com embaixadores europeus, o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, afirmou que Israel não mudaria sua posição de não enviar ajuda militar à Ucrânia, apesar da entrada no conflito ucraniano dos drones kamikaze do Irã, arqui-inimigo de Israel que o vê como um ameaça existencial.
Gantz mostrou disposição em fornecer à Ucrânia “um sistema de alerta antecipado para salvar vidas”, a fim de antecipar ataques aéreos ou de mísseis que atualmente atingem o país, algo que representa um avanço para o envolvimento israelense no conflito.
O ministro da Defesa também agendou uma conversa por telefone com seu homólogo ucraniano, Oleksii Reznikov, para discutir o assunto hoje, mas esta foi “adiada a pedido da Ucrânia”, segundo o gabinete de Gantz.
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