O Exército de Israel confirmou nesta terça-feira (30) que bombardeou Beirute em uma operação dirigida contra o “comandante responsável pelo assassinato de crianças em Majdal Shams”, em uma referência ao ataque atribuído ao Hezbollah no sábado passado nessa cidade drusa das Colinas de Golã, no qual morreram 12 menores de idade.
Uma fonte de segurança libanesa, que pediu anonimato, confirmou à Agência EFE que uma explosão sacudiu os subúrbios ao sul de Beirute conhecidos como Dahye, importante reduto do Hezbollah.
“Não há alterações nas diretivas do comando central”, destacou um comunicado militar israelense sobre o ataque em Beirute, dirigido a um comandante do Hezbollah cuja identidade não foi revelada e que também é responsável por ter “matado muitos civis israelenses”.
Israel havia prometido uma resposta dura a este ataque causado pelo impacto de um foguete carregado com 50 quilos de explosivo – fabricado no Irã e que só consta no arsenal do Hezbollah, segundo Israel.
O foguete atingiu um campo de futebol onde crianças e adolescentes brincavam, matando 12 deles, todos de entre 10 e 16 anos. Outros 16 menores feridos neste ataque permanecem hospitalizados, sete deles em estado grave.
“A resposta virá em breve e será dura”, alertou ontem o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante uma visita a Majdal Shams, depois que o gabinete de segurança lhe deu sinal verde para decidir a forma e o momento da retaliação contra o Hezbollah.
O gabinete do primeiro-ministro divulgou uma fotografia de Netanyahu, reunido com a liderança militar e o seu conselheiro de segurança, Tzagi Hanegbi, na qual é visto atendendo um telefonema, mas sem fornecer mais informações.
A troca de hostilidades entre as partes, incessante desde outubro, também não parou nestes dias enquanto se espera a retaliação anunciada por Israel desde sábado.
Na manhã de hoje, Israel atacou dez alvos do Hezbollah em várias regiões do Líbano, matando outro combatente do grupo; enquanto os terroristas xiitas lançou várias rajadas de foguetes em direção ao norte, matando um civil israelense.
A comunidade internacional, especialmente os Estados Unidos, está mediando para que a resposta seja contida e não conduza a uma guerra aberta na fronteira entre Israel e Líbano, que vive seu pico de tensão mais elevado desde 2006, quando o Exército israelense e o Hezbollah travaram uma guerra.
A fronteira entre Israel e Líbano registra desde outubro uma troca de disparos que custou a vida de mais de 560 pessoas, a maioria do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou cerca de 355 baixas, algumas delas na Síria, além de 100 civis.
Em Israel, 46 pessoas morreram no norte, 22 militares e 25 civis, incluindo as 12 crianças e adolescentes no ataque de Majdal Shams e o outro de hoje.
Israel afirma que desde 8 de outubro o Hezbollah lançou, “em solidariedade aos terroristas palestinos em Gaza”, mais de 6.400 foguetes contra o território israelense e 340 drones explosivos; enquanto o Exército israelense respondeu com intensos bombardeios.