Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
O exército israelense disse na segunda-feira (22) que realizou ataques aéreos contra terroristas que, segundo ele, estavam lançando ataques contra Israel de áreas específicas em Khan Yunis, que é uma zona de segurança humanitária.
Antes de sua ofensiva, o exército ordenou que os cerca de 1,8 milhão de refugiados que vivem na área do sul de Gaza fossem evacuados temporariamente da área, pois atacaria as unidades do Hamas instaladas no centro de refugiados. A área tem sido alvo de combates ferozes entre o IDF e o Hamas desde 7 de outubro de 2023, e grande parte dela está coberta por acampamentos de barracas que carecem de saneamento e instalações médicas.
A ofensiva na zona humanitária foi “realizada devido à inteligência que indicava que os terroristas estavam operando e disparando foguetes nessas áreas, bem como aos esforços do Hamas para reunir suas forças lá”, disseram as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês). “Em seguida, o IDF iniciou uma atividade operacional combinada acima e abaixo do solo na área.”
O Ministério da Saúde de Gaza, dirigido pelo Hamas, disse à AFP após a ofensiva que 70 pessoas foram mortas e mais de 200 ficaram feridas no ataque do IDF. A AFP não conseguiu verificar esses números. A autoridade de saúde de Gaza não faz distinção entre civis e combatentes em seus números.
O IDF, solicitado pelo Epoch Times a comentar os números de vítimas, responderam por texto: “O Ministério da Saúde em Gaza é um braço do Hamas e os dados que ele distribui devem ser examinados de acordo”.
O IDF disse que suas forças aéreas e de artilharia atingiram “mais de 30 locais de infraestrutura terrorista em Khan Yunis”, incluindo um em que um foguete foi lançado em direção ao sul de Israel naquele dia.
“Além disso, a IAF atingiu uma instalação de armazenamento de armas, postos de observação, túneis de terror e estruturas usadas pela organização terrorista Hamas”, acrescentou. A declaração não mencionou o número de vítimas em decorrência do ataque.
Os escombros e a morte na área de Khan Yunis revelaram traços do poliovírus, que causa a poliomielite, encontrados em amostras de esgoto local. A Organização Mundial da Saúde disse que ninguém ainda foi tratado dos sintomas da doença. O IDF, após confirmarem a presença do vírus, disseram que suas tropas receberiam vacinas contra a poliomielite e que trabalhariam com organizações de ajuda humanitária para fornecer vacinas aos palestinos.
A ordem de evacuação em 22 de julho ocorreu no momento em que as negociações de cessar-fogo reiniciadas pareciam estar paralisadas, enquanto os atletas israelenses se dirigiam a Paris para as Olimpíadas e enquanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se dirigia a Washington para falar ao Congresso e conversar com o presidente Joe Biden.
O presidente Biden tem pressionado Netanyahu e o Hamas a continuar suas negociações de cessar-fogo. A invasão do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro e o massacre de 1.200 pessoas, principalmente civis israelenses, fez com que Israel prometesse eliminar a capacidade militar do Hamas em Gaza.
Netanyahu disse que agradeceria ao presidente Biden, que em 21 de julho renunciou à sua candidatura à reeleição, por tudo o que ele fez por Israel ao longo de sua carreira. Ele disse que planejava discutir com o presidente questões como a libertação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas, a derrota do Hamas e o confronto com o Irã e seus representantes islâmicos em toda a região.
Israel disse na segunda-feira que sua agência de inteligência acredita que mais dois reféns israelenses ainda em poder do Hamas estão mortos: o técnico de som Yagev Buchshtab, de 35 anos, e o historiador Alex Dancyg, de 76. Eles foram sequestrados de suas casas em kibutzim perto da Faixa de Gaza em 7 de outubro.
Israel ataca porto no Iêmen
A força aérea israelense também afirmou ter retaliado, em 20 de julho, um ataque de drones Houthi no dia anterior, que atingiu um prédio de apartamentos em Tel Aviv, próximo ao anexo da embaixada dos EUA. Esse ataque matou uma pessoa e feriu dez.
A IAF atacou o grupo rebelde alinhado ao Irã no Iêmen, a mais de mil milhas de Israel. Ela bombardeou o porto de Hodeidah, no oeste do Iêmen, um reduto Houthi.
O IDF disse que os ataques, realizados por aviões de guerra F-15 e F-35 fabricados nos EUA, foram uma resposta a centenas de ataques dos Houthi. O ataque atingiu o porto, segundo o IDF, porque a área é usada para entregar armas iranianas ao Iêmen. O ataque teve como alvo instalações de armazenamento de combustível, causando grandes incêndios. O Ministério da Saúde do Iêmen disse que o ataque matou seis pessoas e feriu 83, muitas delas com queimaduras graves.
O Iêmen está mergulhado em uma guerra civil desde 2014, quando os houthis, apoiados pelo Irã, forçaram o governo de transição do presidente Abdrabbuh Mansur Hadi a fugir da capital Sana’a e tomaram grande parte do norte do país. Uma coalizão de nove países árabes, liderada pela Arábia Saudita, interveio no ano seguinte para apoiar o governo de Hadi no que agora é visto como uma guerra por procuração entre a Arábia Saudita e o Irã. Mais de 150.000 pessoas foram mortas na guerra.
Olimpíadas israelenses
O ministro do interior da França disse em 22 de julho que os atletas israelenses receberiam proteção 24 horas durante os Jogos Olímpicos de Paris. O anúncio foi feito depois que um congressista de extrema esquerda, em um comício pró-Gaza em 20 de julho, disse que a delegação de Israel não era bem-vinda e convocou protestos contra sua participação. Os atletas relataram ter recebido ameaças de morte.
Os jogos acontecem 52 anos após o pior momento das Olimpíadas — o massacre de 1972 de 11 atletas israelenses sequestrados e depois mortos por terroristas palestinos nos jogos de Munique. A imprensa israelense informa que Israel enviará agentes armados de sua agência de contraterrorismo Shin Bet para proteger seus atletas.
Um cidadão canadense tentou realizar um ataque a facadas em 22 de julho próximo à entrada de Hativ Ha’Asara, uma comunidade moshav na fronteira de Gaza. O IDF disse que o homem era dos territórios israelenses, não de Gaza. Ele foi baleado e morto pela força de segurança do moshav.
A Associated Press e a Reuters contribuíram para esta reportagem.