Israel ajuda Taiwan a se defender contra a agressão chinesa

Por Patricia Adams e Lawrence Solomon
22/08/2024 17:38 Atualizado: 22/08/2024 18:11

Desde 7 de outubro, a China comunista, sob o comando de seu líder Xi Jinping, intensificou sua retórica pró-Hamas e anti-Israel na mídia e nas Nações Unidas, em consonância com seu objetivo geopolítico de se estabelecer como líder do Sul Global.

Mas a demonização de Israel pela China também promove uma prioridade doméstica muito maior para Xi – a subjugação de Taiwan, da qual depende grande parte de sua reputação.

Se a China invadir Taiwan, ambos os lados sofrerão perdas catastróficas, mas Taiwan poderá perseverar, dizem analistas do Center for Strategic and International Studies, da RAND e da Força Aérea dos EUA, usando modelos de jogos de guerra. O fator decisivo para a derrota da China, segundo a previsão dos analistas, seria a tecnologia de drones, talvez aumentada pelo tipo de armas que, segundo alguns, Taiwan estaria desenvolvendo secretamente com Israel.

Pouco se sabe e menos ainda se admite sobre a aliança militar entre os dois países. Embora Taiwan negue sua colaboração, muitos consideram que os laços entre os dois são inconfundíveis. O drone assassino Chien Hsiang 2017 de Taiwan de 2017- uma munição de espera – é praticamente idêntico, tanto na forma quanto na função, ao Harpy, a revolucionária munição de espera de Israel. Versões avançadas do Chien Hsiang incorporaram recursos vistos no Harop, o drone atualizado de Israel.

Esses drones, que podem ser produzidos de forma relativamente barata e em grande número, são drones suicidas, capazes de atingir radares, afundar pequenas embarcações inimigas e atacar, cegar e desativar grandes navios chineses, impedindo ataques anfíbios às costas de Taiwan.

A possibilidade de Taiwan e Israel estarem cooperando em outros campos militares deve fazer a China hesitar, especialmente porque o ataque do Irã a Israel em 14 de abril, envolvendo mais de 300 mísseis e drones, teve uma taxa de falha de mais de 99%. A China não gostaria de considerar o risco de que Taiwan, auxiliado pela tecnologia israelense de defesa antimísseis, pudesse neutralizar uma barragem semelhante da China.

Em alguns momentos, ao longo de décadas, a China pensou que Israel poderia ser útil para ela. Até 2000, quando os Estados Unidos persuadiram Israel a cancelar a venda para a China do Phalcon, um sistema avançado de alerta aéreo antecipado, e a se abster de vender à China outros produtos militares estratégicos, a China estava se beneficiando do aumento constante das compras militares de Israel.

A utilidade econômica de Israel para a China também diminuiu. Desde 2020, devido à preocupação com o papel desproporcional da China na construção e, possivelmente, no controle da infraestrutura israelense, Israel estabeleceu um órgão regulador de investimentos estrangeiros para restringir a capacidade da China de vencer licitações em projetos de infraestrutura.

Juntamente com o fracasso de Israel em ajudar a China, está o potencial de Israel de prejudicar a China. Se ocorrer uma guerra entre Irã e Israel, uma derrota iraniana poderia derrubar os mulás e levar o Irã de volta ao campo ocidental, custando à China um aliado militar estratégico e um importante fornecedor de energia.

Em resumo, a China tem pouco a perder e muito a ganhar se Israel deixar de existir.

A China, apesar de suas relações militares e econômicas periódicas com Israel, nunca foi amiga de Israel. Mao Zedong comparou Israel a Taiwan porque ambos tinham laços com os Estados Unidos, dizendo “O imperialismo tem medo da China e dos árabes. Israel e Formosa [Taiwan] são bases do imperialismo na Ásia”. Para apoiar a causa árabe anti-Israel, Mao armou a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e outras organizações palestinas em seus ataques contra Israel.

A China foi o primeiro país não árabe a reconhecer a OLP. Na ONU, a China tem sido uma firme oponente de Israel e apoiadora de seus inimigos, inclusive apoiando a Resolução 3379 da Assembleia Geral da ONU, que equiparou o sionismo ao racismo e submeteu Israel a críticas sem precedentes.

Para Xi, que se considera o sucessor ideológico de Mao, Israel é uma desgraça. Depois dos Estados Unidos, Israel tem sido o maior fornecedor militar de Taiwan e, muitas vezes, um fornecedor mais confiável. Em 1975, quando os Estados Unidos, sob pressão da China, se recusaram a vender a Taiwan mísseis Sidewinder, Israel forneceu a Taiwan mísseis antiaéreos e antinavio. Quando os Estados Unidos se recusaram a fornecer jatos de combate a Taiwan, Taiwan colaborou com Israel para atualizar sua frota doméstica. Os satélites espiões de Israel também estariam supostamente a serviço de Taiwan, permitindo a detecção, nas profundezas da China, de todas as bases de lançamento de mísseis que poderiam ameaçar Taiwan.

Xi e o Partido Comunista Chinês sabem que, em uma invasão de Taiwan, Israel pode ser a diferença entre a vitória e a derrota. Como Israel está entre a China e Taiwan, os líderes comunistas chineses entendem que Israel deve primeiro ser neutralizado ou destruído, antes que Xi possa ameaçar Taiwan com credibilidade, caso ela se recuse a ser colocada sob controle.

As opiniões expressas neste artigo são opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.