Israel garantiu nesta quinta-feira (22) que “entre 95% e 98%” da população da Faixa de Gaza já está vacinada contra a poliomielite, depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o surgimento de uma epidemia desta doença 25 anos após ter sido erradicada do enclave palestino.
A cifra foi informada pelo embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, que também anunciou uma nova campanha de vacinação para toda a população palestina em coordenação com a OMS e o Unicef, mas excluindo a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), que é a que tem a maior penetração nos territórios palestinos, mas com a qual o governo israelense está confrontado.
O embaixador garantiu que seu país está disposto a “cooperar com todos para aliviar a situação do povo palestino, que sofre com a ocupação do Hamas”, mas alertou também que a guerra não acabará “até que o Hamas seja erradicado”, embora não tenha mencionado quanto tempo o conflito poderá durar.
Esta foi a primeira aparição de Danon perante a imprensa depois de apresentar suas credenciais ao secretário-geral da ONU, António Guterres, na última segunda-feira, quando protagonizaram um tenso diálogo diante das câmeras.
Danon aproveitou hoje sua primeira intervenção para atacar novamente a ONU, que “infelizmente não se preocupa com as vítimas israelenses”, segundo disse, e, embora tenha proclamado acreditar que é necessário trabalhar com a organização, insistiu que esta “deve mudar”.
Desde o início da guerra, o governo israelense acusou a ONU e suas agências, e especialmente o secretário-geral, de serem tendenciosos a favor do Hamas, e chegou ao ponto de pedir a demissão de Guterres por ter dito perante o Conselho de Segurança que os ataques terroristas de 7 de outubro “não surgiram do nada, mas de 56 anos de ocupação”.
