As Forças de Defesa de Israel (FDI) acusaram nesta quarta-feira (23) seis jornalistas na Faixa de Gaza da rede Al Jazeera, do Catar, proibida em Israel desde abril, de serem agentes do Hamas e Jihad Islâmica, além de afirmarem ter encontrado no território documentos que supostamente comprovam seus vínculos com os grupos terroristas palestinos.
“As forças de segurança descobriram informações de inteligência e inúmeros documentos encontrados na Faixa de Gaza que confirmam a afiliação militar de seis jornalistas da ‘Al Jazeera’ com as organizações terroristas Hamas e Jihad Islâmica”, declararam as FDI em comunicado, além de citar os nomes dos profissionais de imprensa.
Os documentos encontrados sobre os seis jornalistas de Gaza incluem “listas de pessoal, listas de cursos de formação de terroristas, catálogos telefônicos e comprovantes de pagamento de terroristas”.
Para Israel, esses documentos “constituem prova inequívoca de que esses indivíduos atuam como agentes militares de organizações terroristas na Faixa de Gaza” e são divulgadores de “propaganda a favor do Hamas”, especialmente no norte do território, por meio da Al Jazeera.
As acusações de Israel contra os jornalistas da Al Jazeera ocorrem depois que as tropas israelenses intensificaram sua ofensiva no norte da Faixa de Gaza nas últimas três semanas, o que deixou mais de 700 mortos, milhares de feridos e dezenas de milhares de pessoas desalojadas, de acordo com dados das Nações Unidas.
Ontem, a Al Jazeera disse que Israel está impedindo a “transferência médica de urgência” de dois de seus jornalistas que ficaram gravemente feridos em ataques do país na Faixa de Gaza há duas semanas.
A rede do Catar está proibida de trabalhar em Israel desde abril, quando o governo a acusou de ser “um dano à segurança nacional”.
Em 22 de setembro, Israel também ordenou o fechamento da redação da Al Jazeera em Ramallah, na Cisjordânia, depois que militares invadiram o local e apreenderam e destruíram equipamentos.