Por Agência EFE
O governo e dirigentes políticos do Iraque comemoraram nesta sexta-feira (5) a entrega à ativista iraquiana yazidi Nadia Murad do Nobel da Paz, um prêmio que ela dividiu com o médico congolês Denis Mukwege.
O recém-eleito presidente do Iraque, Barham Saleh, parabenizou Nadia por telefone.
“Falei com a querida Nadia Murad e a parabenizei por ganhar o prêmio Nobel da Paz”, disse Saleh na nota divulgada por seu escritório.
O presidente do Iraque destacou que o reconhecimento a Nadia é uma homenagem a todos os iraquianos por sua luta e sua firmeza contra o terrorismo e o extremismo.
“(O prêmio) representa o reconhecimento do mundo à tragédia dos yazidis e às vítimas do terrorismo no Iraque, assim como o reconhecimento de sua coragem e de sua perseverança em defesa dos direitos usurpados”, acrescentou Saleh.
Por sua vez, o secretário-geral do Partido Nacional do Curdistão (PUK, na sigla em curdo), Kosrat Rasul Ali, destacou que a ativista é um “símbolo de força para as mulheres e jovens curdas”.
“Nossa querida Nadia, recebemos a notícia do prêmio Nobel da Paz 2018 com muita felicidade e alegria. É um prazer para nós e para todo o povo do Curdistão que uma mulher eficiente e incansável como você seja honrada com este prêmio”, afirmou Ali em mensagem enviada à ativista.
O secretário-geral do PUK ressaltou que Nadia é “a primeira curda ganhadora do prêmio Nobel da Paz” e “um exemplo de força para todos os filhos do Curdistão diante da ideologia do extremismo”.
A ativista foi reconhecida hoje pelo Comitê Nobel Norueguês por sua luta para acabar com o uso da violência sexual “como arma de guerra e em conflitos armados”.
Nadia, de 25 anos, é a voz mais reconhecida internacionalmente dos yazidis, uma minoria religiosa de etnia curda assentada no norte de Iraque, cujas raízes remontam a 2 mil anos e nos quais foi alvo de genocídio em várias ocasiões.
O relato do genocídio cometido desde 2014 pelo grupo jihadista Estado Islâmico contra a minoria, que deixou cerca de 5 mil mortos e transformou 3 mil meninas em escravas sexuais, foi a plataforma de ação da ativista, que recebeu há dois anos o Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu.