Por Agência EFE
O Irã começou a produzir urânio metálico em uma nova violação do acordo nuclear de 2015, em uma aparente tentativa de pressionar o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a voltar a um tratado abandonado pelo seu antecessor, Donald Trump, há três anos.
O último passo dos iranianos foi a produção de urânio em metal, algo que dificilmente tem aplicações civis, mas militares, alertaram diplomatas em Viena, nesta quinta-feira, onde fica a sede da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).
A própria agência revelou que seus inspetores verificaram no último dia 8 a existência de 3,6 gramas de urânio em metal em uma fábrica em Isfahan, no centro do país, que pode ser utilizada para fabricar armas.
“O diretor-geral, Rafael Mariano Grossi, informou aos Estados membros os últimos desenvolvimentos relacionados com à P&D na produção de urânio em metal”, disse nota da agência nuclear.
Segundo a Aiea, o Irã alega que essas atividades – proibidas no tratado nuclear – “fazem parte de seus esforços para produzir combustível para o reator científico de Teerã”.
Este é o quarto relatório deste tipo emitido por Grossi desde o início do ano sobre atividades nucleares no Irã que violam o acordo, conhecido como Plano de Ação Conjunto Integral (JCPOA, sigla em inglês).
Os três anteriores estavam relacionados com o aumento da produção de urânio enriquecido a partir de centrífugas de gás mais modernas e potentes do que as estipuladas no JCPOA.
O próximo relatório técnico da Aiea sobre o Irã é esperado para o dia 20 deste mês.
O pano de fundo para essa escalada de tensão é a disputa sobre as condições para um retorno dos EUA ao acordo.
Após a saída de Trump do JCPOA, em maio de 2018, Washington impôs novas sanções ao Irã, incluindo um embargo de petróleo.
Entre para nosso grupo do Telegram.