O Irã e a Turquia estão trabalhando em um novo mecanismo de comércio de gás para permitir que os dois países resistam à pressão das sanções dos Estados Unidos, disse o embaixador iraniano na Turquia, Mohammad Farazmand.
“O Irã exporta um grande volume de gás para a Turquia, e precisamos de um novo mecanismo que seja criado para facilitar as transações financeiras via nossas divisas nacionais. Estamos no processo de estabelecer um banco comum também”, disse Farazmand citado pela agência Mehr.
Acusando Washington de travar um “terrorismo econômico” que afeta os direitos do Irã e da Turquia, Farazmand sublinhou que “todos os países têm o direito de desenvolver laços comerciais comuns uns com os outros, e nada de ilegal foi feito a esse respeito. A cooperação não tem como objetivo contornar as sanções americanas”.
Segundo o embaixador, parte do mecanismo para o comércio entre os dois países já está estabelecida.
“Devemos também estabelecer um novo mecanismo cambial para usar ainda mais nossas próprias moedas nacionais em vez do dólar americano no comércio internacional”, sublinhou ele.
As exportações da Turquia para o Irã foram de cerca de 2,4 bilhões de dólares em 2018, enquanto as exportações iranianas para a Turquia atingiram 6,9 bilhões de dólares no mesmo ano (recursos energéticos são responsáveis pela maioria das exportações iranianas à Turquia).
Anteriormente, o chanceler iraniano Mohammad Yavad Zarif já tinha declarado que o Irã está estudando a possibilidade de criar um mecanismo conjunto com a Rússia e a Turquia para escapar às sanções americanas, semelhante ao INSTEX preparado pela União Europeia.
A União Europeia criou o Instrumento de Apoio às Trocas Comerciais (INSTEX), que é um mecanismo para transações bilaterais com o Irã contornando as sanções americanas, re-impostas com a saída unilateral de Washington do Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA), o acordo nuclear iraniano.
Link para a matéria original: https://br.sputniknews.com/economia/2019060213997174-ira-e-turquia-vao-criar-mecanismo-para-abandonar-dolar-no-comercio-bilateral-diz-diplomata/
