Por Agência EFE
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, advertiu neste sábado que seu país responderá ao assassinato do cientista Mohsen Fakhrizadeh no momento que achar mais apropriado e acusou Israel pelo crime.
“Eles (Israel) estão pensando em criar caos e agitação, mas devem saber que não atingirão seus objetivos maléficos”, declarou Rouhani em um discurso televisionado um dia depois que Fakhrizadeh foi morto em uma emboscada perto de Teerã.
Israel se recusou a comentar as acusações, embora tenha sido o próprio primeiro-ministro Benjamin Netanyahu quem há dois anos apontou o renomado cientista como o líder de um suposto programa nuclear secreto no Irã.
“Mais uma vez, as mãos ruins da arrogância global (em referência aos EUA) com o mercenário do regime sionista usurpador (Israel) foram manchadas com o sangue de um grande filho deste território”, disse o presidente.
Foi assim que ele aludiu aos assassinatos de cinco cientistas ligados ao programa nuclear iraniano ocorridos entre 2010 e 2012 no Irã e pelos quais as autoridades persas culparam o serviço secreto estrangeiro israelense Mossad.
Segundo o presidente iraniano, essa “matança brutal” mostra que tanto os EUA quanto Israel estão nervosos com a saída antecipada de Donald Trump da Casa Branca e com a chegada do democrata Joe Biden, que estaria propenso a retomar o acordo nuclear com o país asiático.
“Nossos inimigos estão em semanas de ansiedade nas quais sentem que a situação global está mudando”, analisou Rohaní, que denunciou que o objetivo de Washington e dos israelenses neste momento é “criar uma situação de insegurança na região e desviar a atenção mundial de outros problemas”.
Fakhrizadeh foi morto na sexta-feira(27) em um ataque na região de Absard, na província de Teerã, por um número desconhecido de homens armados, que abriram fogo sobre o veículo do cientista e executaram pelo menos uma explosão.
Considerado pelos serviços de inteligência ocidentais como o líder do antigo programa secreto de desenvolvimento de armas nucleares do Irã, o cientista era atualmente o chefe da Organização de Pesquisa e Inovação em Defesa do Ministério da Defesa.
Por sua vez, o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, ordenou às autoridades do país neste sábado a punição dos autores do assassinato, tanto materiais quanto intelectuais.
“Primeiro, a investigação deste crime e a punição definitiva de seus autores e daqueles que o ordenaram; e segundo, o acompanhamento dos esforços científicos e técnicos do mártir em todas as áreas em que ele atuou”, destacou o líder.
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