As autoridades do regime do Irã impediram a família de Mahsa Amini, a jovem que morreu em 2022 após ser detida por não usar o véu islâmico, de sair do país para receber na França o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento do Parlamento Europeu.
Amjad Amini, Mojgan Eftekhari, pais da jovem falecida, bem como o seu irmão Ashkan, foram impedidos na noite de sexta-feira de embarcar em um avião com destino a Paris no Aeroporto Internacional Imam Khomeini, disse nas redes sociais a advogada da família, Chirinne Ardakani.
As autoridades também confiscaram os passaportes dos três familiares para evitar que saíssem do país, disse Ardakani, que reside em Paris.
A morte de Amini gerou fortes protestos que durante meses pediram o fim da República Islâmica e só desapareceram após uma repressão que provocou 500 mortes, a detenção de pelo menos 22 mil pessoas e em que foram executados oito manifestantes, um deles em público.
O Parlamento Europeu concedeu em outubro o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento a Amini e ao movimento “Mulheres, Vida e Liberdade”, que protestou contra as leis iranianas que discriminam a mulher.
O Prêmio Sakharov, no valor de 50 mil euros, é uma contribuição extraordinária para a proteção da liberdade de pensamento e é a maior homenagem prestada pela União Europeia ao trabalho no campo dos direitos humanos.
A cerimônia de entrega acontecerá no próximo dia 13, na Câmara do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.