Irã, Hamas e Hezbollah usarão Ramadã para desestabilizar, diz ministro israelense

Por Agência de Notícias
28/02/2024 11:32 Atualizado: 28/02/2024 11:32

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse nesta terça-feira que o Irã, o maior inimigo de Israel, assim como o grupo terrorista palestino Hamas e o libanês Hezbollah, usarão o mês sagrado muçulmano do Ramadã para gerar violência na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

“O principal objetivo do Hamas é aproveitar o Ramadã e transformá-lo na segunda fase do plano que começou em 7 de outubro, com ênfase no Monte do Templo e em Jerusalém”, comentou Gallant no Comando Central das Forças de Defesa de Israel (FDI), em comentários divulgados pela imprensa local.

Os israelenses chamam de Monte do Templo o que os palestinos consideram a Esplanada das Mesquitas, onde a mesquita de Al Aqsa está localizada na Cidade Velha da Jerusalém Oriental. É o local mais sagrado para o judaísmo e o terceiro local mais sagrado para os muçulmanos, além de ser o mais emblemático do conflito israelense-palestino.

Na semana passada, o Hamas pediu aos palestinos em Jerusalém Oriental e Cisjordânia que se rebelassem contra qualquer “medida criminosa” que proibisse a entrada na mesquita de Al Aqsa.

“O principal alvo do Hamas está sendo ampliado por Irã e Hezbollah”, declarou Gallant.

Israel e Hamas – que controla a Faixa de Gaza – estão em guerra desde 7 de outubro, quando o grupo islâmico realizou um ataque que incluiu disparos de foguetes e a infiltração simultânea de milhares de seus milicianos, que mataram cerca de 1.200 pessoas em território israelense e sequestraram outras 250.

Um dia após esse ataque, o Hezbollah, em solidariedade ao Hamas, abriu fogo contra o norte de Israel, revidado pelas FDI, desencadeando o maior pico de tensão desde 2006, que deixou mais de 300 mortos, a maioria deles nas fileiras do grupo xiita.

Além disso, a Cisjordânia e Israel atravessam sua maior espiral de violência desde a segunda intifada (2000-2005), fenômeno que foi inflado pela guerra na Faixa de Gaza.

“Não devemos dar ao Hamas o que ele não conseguiu alcançar desde o início da guerra”, disse Gallant, fazendo um alerta contra “declarações irresponsáveis” que poderiam resultar em uma escalada.

O ministro da Segurança Nacional israelense, o extremista antiárabe Itamar Ben Gvir, pediu que os palestinos muçulmanos fossem impedidos de entrar na esplanada das Mesquitas durante o mês sagrado do Ramadã, que começa em 10 de março.

Estados Unidos, Catar e Egito, que estão mediando entre Israel e Hamas, buscam um acordo de trégua na Faixa de Gaza, onde a guerra deixou quase 30 mil mortos, antes do início do Ramadã, embora até agora não haja sinais claros de que isso se concretize.