Três dos cinco membros da Guarda Revolucionária iraniana, dois deles generais, que morreram em um ataque na Síria, foram enterrados em Teerã nesta segunda-feira, em meio a apelos de vingança contra Israel, a quem o Irã culpa pelas suas mortes.
“Guarda Revolucionária, vingança, vingança”, foi o clamor das várias centenas de pessoas que assistiram à cerimônia fúnebre na capital iraniana, na qual também foram lidos versos do Corão e gritadas palavras de ordem contra Israel e os Estados Unidos, segundo relatos da agência estatal de notícias “Irna”.
Assim foram enterrados os generais da Guarda Revolucionária Sadeq Omidzadeh, Hossein Mohammadi e o guarda Mohammed Amin Samadi, que, além de outros dois guardas, foram vítimas, segundo Teerã, de um “ato terrorista” de Israel.
As autoridades iranianas acusam Israel de efetuado o ataque de sábado contra um edifício residencial no bairro de Mezzeh, em Damasco, que matou cinco membros da Guarda Revolucionária, que trabalhavam como conselheiros militares no país árabe, bem como quatro sírios contratados pelas milícias iranianas, dois libaneses e um iraquiano.
O ataque foi condenado pelo líder do Irã, Ebrahim Raisi, que garantiu que este ato não ficará sem resposta, enquanto o Ministério das Relações Exteriores assegurou que Teerã responderá “no momento e no local apropriados”.
As mortes dos cinco militares iranianos ocorrem depois de, na manhã de terça-feira passada, o Irã ter bombardeado supostos alvos israelenses em solo iraquiano, onde quatro pessoas morreram, embora o Iraque tenha negado que se tratassem de instalações do Estado judeu.
O Irã justificou esse ataque pela morte, em dezembro, de três membros da Guarda Revolucionária na Síria, incluindo um general.
Teerã é um aliado fundamental de Damasco na guerra na Síria, para onde enviou soldados e conselheiros militares, bem como forneceu apoio econômico e político.
O Oriente Médio vive uma situação de tensão máxima devido à guerra na Faixa de Gaza e em meio aos repetidos ataques das milícias pró-Irã do Iraque contra as posições dos Estados Unidos nesse país e na Síria, além das ações dos rebeldes houthis do Iêmen contra navios no Mar Vermelho.