Um tribunal revolucionário do Irã condenou à morte, nesta terça-feira, um preso por sua participação nos protestos que abalam o país, elevando para 17 o número de pessoas condenadas à forca por uma revolta que pede o fim da República Islâmica, das quais quatro já foram executadas.
Javad Rouhi foi condenado à forca por “liderar” um grupo de “desordeiros” em dezembro nos “motins” na cidade de Noshahr, no norte do país, em incidentes nos quais cinco pessoas foram mortas e vários seguranças ficaram feridos, relatou a agência de notícias “Mizan”, do Poder Judiciário.
Devido à sua “liderança” nos protestos, Rouhi foi condenado por “corrupção na terra” por cometer crimes contra a segurança do país, destruição de propriedade e conluio para cometer crimes.
Além disso, foi condenado por cometer apostasia ao queimar um Alcorão, o livro sagrado do Islã.
“Mizan” destacou que o réu foi assistido por um advogado durante o processo judicial e destacou que é possível recorrer da sentença em instância superior.
O Irã vive série de protestos desde a morte, em 16 de setembro do ano passado, de Mahsa Amini após ser detida pela Polícia Moral por não usar o véu corretamente, mas as mobilizações evoluíram e agora os manifestantes pedem o fim da República Islâmica fundada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini em 1979.
O governo iraniano reprimiu duramente as mobilizações, realizadas sobretudo por jovens e mulheres que reivindicam mais liberdades gritando “mulher, vida, liberdade”.
Com a condenação de Rouhi, já são 17 pessoas condenadas à morte por crimes cometidos durante os protestos.
Até agora, quatro presos foram executados, apesar dos apelos internacionais para a suspensão dos enforcamentos.
A União Europeia (UE) tem manifestado repetidamente sua consternação perante as execuções e pediu a Teerã que “rescinda sem demora” as sentenças de morte contra os manifestantes.
Organizações de direitos humanos como a Anistia Internacional denunciaram os julgamentos como “farsas” e “injustos” e os consideram “vingança”.
Quase 500 pessoas foram mortas nos protestos e cerca de 20 mil foram detidas, de acordo com a ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo.
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