Irã condena à morte mais um manifestante e número chega a 17

Por Agência de Notícias
10/01/2023 14:34 Atualizado: 13/01/2023 12:23

Um tribunal revolucionário do Irã condenou à morte, nesta terça-feira, um preso por sua participação nos protestos que abalam o país, elevando para 17 o número de pessoas condenadas à forca por uma revolta que pede o fim da República Islâmica, das quais quatro já foram executadas.

Javad Rouhi foi condenado à forca por “liderar” um grupo de “desordeiros” em dezembro nos “motins” na cidade de Noshahr, no norte do país, em incidentes nos quais cinco pessoas foram mortas e vários seguranças ficaram feridos, relatou a agência de notícias “Mizan”, do Poder Judiciário.

Devido à sua “liderança” nos protestos, Rouhi foi condenado por “corrupção na terra” por cometer crimes contra a segurança do país, destruição de propriedade e conluio para cometer crimes.

Além disso, foi condenado por cometer apostasia ao queimar um Alcorão, o livro sagrado do Islã.

“Mizan” destacou que o réu foi assistido por um advogado durante o processo judicial e destacou que é possível recorrer da sentença em instância superior.

O Irã vive série de protestos desde a morte, em 16 de setembro do ano passado, de Mahsa Amini após ser detida pela Polícia Moral por não usar o véu corretamente, mas as mobilizações evoluíram e agora os manifestantes pedem o fim da República Islâmica fundada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini em 1979.

O governo iraniano reprimiu duramente as mobilizações, realizadas sobretudo por jovens e mulheres que reivindicam mais liberdades gritando “mulher, vida, liberdade”.

Com a condenação de Rouhi, já são 17 pessoas condenadas à morte por crimes cometidos durante os protestos.

Até agora, quatro presos foram executados, apesar dos apelos internacionais para a suspensão dos enforcamentos.

A União Europeia (UE) tem manifestado repetidamente sua consternação perante as execuções e pediu a Teerã que “rescinda sem demora” as sentenças de morte contra os manifestantes.

Organizações de direitos humanos como a Anistia Internacional denunciaram os julgamentos como “farsas” e “injustos” e os consideram “vingança”.

Quase 500 pessoas foram mortas nos protestos e cerca de 20 mil foram detidas, de acordo com a ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo.

Entre para nosso canal do Telegram

Assista também: