Irã assegura que sua reserva de urânio excede 1.200 quilos

25/01/2020 19:10 Atualizado: 25/01/2020 19:10

Por Agência EFE

A reserva de urânio do Irã excedeu mil e duzentos quilos e tem a capacidade de enriquecer urânio em qualquer porcentagem, informou neste sábado (25) o assessor especial da Agência Iraniana de Energia Atômica (OEAI), Ali Asghar Zarean.

Zarean disse que, após o quinto e último passo na redução dos compromissos nucleares dado pelo Irã em 5 de janeiro, “as reservas de urânio excederam mil e duzentos quilos e a reserva de urânio enriquecido está aumentando a toda velocidade”, informou a agência de notícias local iraniana ISNA.

Por outro lado, Zarean não detalhou a porcentagem em que esses mil e duzentos quilos são enriquecidos, mas comparou as atividades nucleares do Irã antes e depois do acordo nuclear e esclareceu que antes “sete quilos e meio de urânio eram produzidos em um ritmo inferior a 5% por dia”, mas atualmente e após o último passo dado pelo Irã, são produzidos “10 quilos por dia” nesses níveis percentuais.

• Leia também:
Isolado, líder do Irã ataca Europa e nações se juntam aos Estados Unidos

“Atualmente, se o sistema decide, a OEAI tem a capacidade de enriquecer urânio em qualquer porcentagem”, disse Zarean, que lembrou que o Irã já havia vendido oito toneladas e meia de urânio à Rússia e, em troca, recebeu quatrocentas toneladas de “bolo amarelo”, como é conhecida “a matéria-prima para a produção de urânio enriquecido”.

Os Estados Unidos se retiraram em 2018 do acordo nuclear alcançado após mais de uma década de negociações em 2015 entre o Irã e as seis principais potências mundiais e impôs duras sanções contra o Irã.

O acordo nuclear (JCPOA, na sigla em inglês) limitou o programa atômico do Irã em troca da retirada das sanções internacionais, por isso a saída dos Estados Unidos deixou o acordo seriamente enfraquecido.

A Europa tentou adotar medidas para salvar o pacto, mas nenhuma foi eficaz e o canal especial de pagamento prometido para contornar as sanções ainda não foi lançado.

O Irã, que não foi beneficiado pelo pacto em março de 2019, começou a reduzir gradualmente, a cada dois meses, seus compromissos nucleares e, na quinta e última etapa implementada em janeiro, abandonou o cumprimento de todos os seus compromissos atômicos.

Na última etapa, o Irã esclareceu que no nível operacional não serão consideradas limitações, incluindo capacidade de enriquecimento, porcentagem de enriquecimento, quantidade de material enriquecido, além de questões de pesquisa e desenvolvimento.

Teerã, apesar de ter abandonado seus compromissos nucleares, esclareceu que continua colaborando com a Agência Internacional de Energia Atômica, mas o presidente iraniano Hasan Rohaní implica que, se os países europeus romperem o acordo nuclear, as inspeções nucleares da IAEA também acabarão.