Por Jack Phillips
O principal porta-voz do Kremlin disse na segunda-feira que a invasão da Ucrânia ainda está indo de acordo com o planejado e “dentro do prazo aprovado antecipadamente”.
“As Forças Armadas russas estão usando armas modernas de alta precisão, atingindo apenas instalações de infraestrutura de informação militar. Todos os planos da liderança russa serão implementados integralmente dentro do prazo previamente aprovado”, afirmou Dmitry Peskov, porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, à mídia estatal.
Peskov se recusou a comentar sobre quanto tempo a guerra, descrita pelo governo russo como uma “operação militar especial”, vai durar. Peskov também pareceu contestar um número significativo de relatórios e reivindicações de autoridades ucranianas que disseram que a Rússia estava atacando infraestrutura civil, incluindo hospitais.
Autoridades militares dos EUA disseram repetidamente que a invasão da Rússia parece ter sido retardada ou mesmo frustrada em alguns lugares pelas forças ucranianas. Imagens de satélite que pretendiam mostrar uma coluna de 64 quilômetros de veículos blindados russos permaneceram estacionadas fora de Kiev por mais de uma semana, embora fotos recentes de satélite sugerissem que a coluna se dispersou.
Mas Peskov disse que Putin “de fato instruiu o Ministério da Defesa a se abster de um ataque imediato a grandes assentamentos, incluindo Kiev” e disse que os militares e combatentes nacionalistas da Ucrânia colocaram equipamentos militares em áreas residenciais e densamente povoadas.
Seus comentários vieram depois que o chefe da Guarda Nacional Russa, Viktor Zolotov, observou que a operação foi mais lenta do que eles esperavam.
“Nem tudo está indo tão rápido quanto gostaríamos”, disse Zolotov em comentários postados no site da Guarda Nacional Russa, acrescentando: “Mas estamos indo em direção ao nosso objetivo passo a passo e a vitória será nossa”.
Enquanto isso, o negociador do governo ucraniano Mykhailo Podolyak, que no domingo disse que a Rússia estava começando a falar “construtivamente”, escreveu antes das negociações: “Negociações. 4ª rodada. Pela paz, cessar-fogo, retirada imediata das tropas e garantias de segurança”.
Mais tarde, ele disse que as discussões começaram, mas eram difíceis porque os sistemas políticos da Rússia e da Ucrânia eram muito diferentes.
Podolyak disse acreditar que a Rússia “ainda tem a ilusão de que 19 dias de violência contra cidades pacíficas (ucranianas) é a estratégia certa”.
Na segunda-feira, houve relatos de explosões em torno de Kiev, enquanto as forças russas se aproximavam da capital. O Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia disse que um edifício residencial de Obolon foi atingido por um bombardeio.
No domingo, Moscou disparou mísseis em uma base perto da fronteira com a Polônia, membro da OTAN, no que o Reino Unido classificou como uma escalada significativa. A Ucrânia disse que 35 pessoas foram mortas, enquanto Moscou disse que até 180 “mercenários estrangeiros” morreram e muitas armas estrangeiras foram destruídas.
A Reuters contribuiu para esta reportagem.
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